21 de ago. de 2009

Reunião do Parque da Amazônia sobre hidrelétricas acontece hoje

O Conselho Consultivo do Parque Nacional da Amazônia, com sede na cidade de Itaituba, no Pará, debaterá hoje os prováveis impactos das usinas hidrelétricas na BAcia do Rio Tapajós. Pretendendo estabelecer um debate com representantes da Eletronorte e da sociedade da região atingida pelos empreendimentos, o grupo gestor da unidade, além de convidar os técnicos do governo, convidaram também o Procurador da República em Santarém, Cláudio Dias e o padre Edilberto Sena, que falará sobre os impactos destas hidrelétricas na visão dos movimentos sociais da região. Criado nos anos setenta como primeiro parque do gênero na região, o Parna da Amazônia vive um dos maiores impasses. “Informações disponibilizadas pelo governo federal e pelos movimentos sociais da região dizem que será diretamente atingido pelos projetos hidrelétricos da ELERTOBRÁS na bacia do rio Tapajós", diz anúncio do evento que será restrito aos membros do Conselho Consultivo e convidados.

19 de ago. de 2009

Contrariando as críticas da sociedade civil organizada, políticos da região do Rio Xingu se unem para acelerar obra de usinas

Contra as críticas de organizações não-governamentais (ONGs) e do Conselho Indigenista Missionário, o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), tem levado os prefeitos da região a se unir para acelerar a tramitação do processo de licitação. O "Consórcio Belo Monte", formado pelas prefeituras dos 11 municípios da área de influência da futura hidrelétrica, vê na hidrelétrica uma oportunidade de desenvolver a área. A usina de 11,3 mil megawatts deve demandar investimentos de pelo menos R$ 7 bilhões, criar 18 mil empregos diretos e mais 80 mil indiretos, segundo cálculos da Eletrobrás, responsável pelos estudos da hidrelétrica. Cerca de 40 km vão separar o canteiro principal do município de Altamira (PA). A prefeita da cidade, Odileida Sampaio (PSDB), conta com o empreendimento para reduzir a elevada taxa de desemprego do município. Segundo ela, Altamira tem hoje cerca de 20 mil desempregados numa população estimada de 100 mil pessoas. "Imaginamos que as empresas que vencerem a licitação vão dar prioridade à mão de obra da região, e só vão trazer de fora o pessoal mais especializado. " Apesar de o projeto sequer ter sido licitado - a ideia do governo é leiloar a concessão de Belo Monte em outubro. A região já sente os efeitos migratórios. O prefeito de Anapu, Francisco de Assis, o Chiquinho do PT, disse que sua cidade tem recebido pelo menos uma nova família por dia em busca de emprego na futura obra ou em outras atividades. "Elas não estão vindo só pela usina, mas também para trabalhar na agricultura" , disse o prefeito, que, para desenvolver a região, espera não somente a construção de Belo Monte como também a recuperação da Transamazônica. "Em toda a nossa região, quando se fala na Transamazônica e em Belo Monte, as pessoas ficam com a expectativa de melhora nas condições de vida", disse Chiquinho, que preside o "Consórcio Belo Monte". Para poder fazer o leilão da concessão da usina, o governo precisa ainda que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) conceda a licença ambiental prévia do projeto. O processo de licenciamento só foi liberado há algumas semanas, depois de ter ficado parado por dois por causa de uma liminar. É praticamente certo que haverá muitas disputas nos tribunais por causa de Belo Monte. O projeto enfrenta resistência histórica de comunidades indígenas. No mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu representantes de ONGs, dos índios e o d. Erwin Krautler, bispo do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário. O grupo, contrário à obra, ouviu do presidente Lula que a construção da hidrelétrica não seria "empurrada goela abaixo". A usina de Belo Monte deverá alagar uma área de aproximadamente 516 quilômetros quadrados. Na comparação com usinas já existentes, a relação entre os megawatts gerados e o tamanho do reservatório de Belo Monte é a terceira melhor do país: 21,8 MW por quilômetros alagado. FONTE: Notícias da Panamazônia. Texto de Leonardo Goy, do Estadão, disponível em: http://www.estadao.com.br

18 de ago. de 2009

Histórias do Rio Tapajós

Já ouviram falar da cobra grande? Da Chica Pipira? Do Guabiraba e do São Benedito? E as histórias de pescador? E as histórias indígenas? Quantas histórias sobre as cachoeiras do Tapajós... Tem muita história de boto, de lobisomem, de cachorro doido, tem até história de vulcão adormecido, isso tem... A iara dizem que não tem no Tapajós não, só no Amazonas, perto de Manaus... Pois é, o Tapajós não é mercadoria como alguns podem estar pensando, ele tem suas vontades próprias, ele é grande, e conforme uma história aí que nós ouvimos, costuma engolir quem quer fazer mal a ele. Algumas fotos de contadores de histórias de Itaituba e de São Luiz do Tapajós.

17 de ago. de 2009

Está acontecendo em Santo Antônio acampamento de atingidos pelas barragens do Rio Madeira

Em Santo Antônio, ao lado de Porto Velho, o MAB vem realizando uma campamamento de ribeirinhos atingidos pelas barragens do Rio Madeira, com quatrocentas pessoas, que estão acampadas de baixo de lonas pretas, ao lado do cemitério de Santo Antônio, na estrada que dá aceso ao canteiro de obras da Hidrelétrica de Santo Antônio. Na pauta de reivindicação, as negociações com as empresas para o reassentamento digno dos ribeirinhos atingidos pelas barragens. FONTE: Notícias da Panamazônia

Povos da floresta querem ser beneficiados por mecanismo de REDD

Aconteceu em Rio Branco (Acre), nos dias 12 e 13, o Seminário REDD e Povos da Floresta, organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável, uma coalizão de 168 entidades civis de todo o Brasil que trabalha com a missão de mobilizar lideranças de diversos segmentos sociais para promover diálogo, cooperação e articulação visando uma Amazônia mais justa e sustentável. O evento buscou capacitar parte das populações tradicionais da Amazônia para o debate internacional sobre a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), reforçando o papel dos povos da floresta no debate climático global. O mecanismo deverá ser definido este ano na Conferência do Clima em Copenhague (COP 15) e poderá constar como uma das estratégias do novo acordo climático global para ajudar a conter as emissões de gases do efeito estufa. Devido aos serviços ambientais prestados (manutenção de matas nativas, água e biodiversidade), os povos da floresta também deverão ser os beneficiários de um futuro mecanismo de REDD. O tema é de interesse do Brasil, pois o país detém as maiores extensões de florestas tropicais nativas do mundo. O REDD tem sido visto como uma fonte de recursos financeiros para ajudar a manter os modos de vida tradicionais e projetos de desenvolvimento sustentável para as comunidades que vivem na Amazônia. "Se a sobrevivência da floresta está em jogo, a nossa também está. Por isso, queremos uma posição clara por parte governo brasileiro sobre o REDD, mas que beneficie os povos das florestas", defende o líder Júlio Barbosa, do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS). Segundo ele, o Brasil pode liderar o debate mundial sobre o tema, incluindo os povos tradicionais nas discussões. "Temos milhares de comunidades e as maiores extensões florestais nos trópicos. Podemos pautar as discussões internacionais", afirma o líder seringueiro. "Já somos muito prejudicados com o desmatamento e seremos ainda mais afetados com as prováveis alterações climáticas e seus efeitos sobre a floresta", alerta Rubens Gomes, do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). Por outro lado, lembra, os povos tradicionais que vivem na Amazônia também são responsáveis pela preservação de milhões de hectares de mata nativa na região. As florestas localizadas em terras indígenas e reservas extrativistas na Amazônia brasileira estocam cerca de 15 bilhões de toneladas de carbono, conforme estudo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM). Isso equivale a 30% dos 47 bilhões de toneladas de carbono que, calcula-se, estão fixadas nas florestas da região. O seminário de Rio Branco vai apresentar o Fórum Amazônia Sustentável a mais uma capital amazônica. O evento, que reunirá ONGs, institutos de pesquisa, universidades, governo e empresas privadas é a segunda etapa de uma articulação nacional que o Fórum promove com os setores envolvidos com o desenvolvimento amazônico e a questão climática. A primeira fase envolveu a elaboração conjunta de uma Carta de Princípios sobre REDD entregue aos Ministros do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Relações Exteriores na semana passada com o objetivo de influir na posição oficial do Brasil em Copenhague. No final de agosto, o Fórum se reúne em São Paulo com líderes empresariais e cientistas para mais uma rodada de discussões envolvendo REDD. Segundo Beto Veríssimo, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o REDD é uma ideia ainda em aperfeiçoamento, mas que ajudará a diminuir o desmate. Por isso, interessa a todos os segmentos. "A articulação nacional é a contribuição do Fórum para subsidiar a decisão oficial do Brasil no debate climático", esclarece Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental (ISA). Segundo ela, qualquer perspectiva de desenvolvimento sustentável para a Amazônia precisa incluir os diversos segmentos da sociedade. O evento foi realizado pelo Fórum Amazônia Sustentável e Governo do Estado do Acre, com apoio na organização e mobilização de: Conselho Nacional de Seringueiros (CNS), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Projeto Saúde e Alegria (PSA). Mais informações, entre em: www.forumamazoniasustentavel.org.br FONTE: Panamazônia e Assessoria de Imprensa do FAS.

Usinas hidrelétricas do Tapajós serão leiloadas em 2010

A Eletrobrás espera que as cinco usinas do Complexo Tapajós estejam prontas para serem licitadas no fim do ano que vem. As usinas possuem capacidade instalada total de 10.682 MW. A expectativa do presidente da Eletrobrás é de que a primeira usina a ser leiloada seja a maior delas, de São Luís do Tapajós, com potência de 6.133 MW. " Estamos discutindo com o Ministério do Meio Ambiente o desenvolvimento do Eia-Rima e da avaliação ambiental integrada e esperamos até o fim do ano de 2010 deixar em condições de ser licitada, pelo menos o primeiro projeto, de São Luís de Tapajós " , disse Muniz Lopes, que participou do Energy Summit, no Rio de Janeiro. Além de São Luís do Tapajós, a Eletrobrás trabalha na viabilização dos projetos de Jatobá, com capacidade de 2.338 MW; Jamanxim, com 881 MW; Cachoeira do Caí, com 802 MW; e Cachoeira dos Patos, com 528 MW. Muniz Lopes ressaltou que as licitações serão feitas de acordo com as necessidades determinadas pelo governo. O executivo também observou que a estatal vai cumprir a determinação do Planalto para o leilão da usina de Belo Monte, que deverá acontecer este ano. Também presente ao evento, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, confirmou a expectativa de que o leilão da usina aconteça em novembro. " A Eletrobrás vai cumprir o que o governo determinar. Se for importante participar com quatro empresas para ter concorrência, vamos com quatro empresas " , disse Muniz Lopes, acrescentando que uma usina do porte de Belo Monte, que terá potência de mais de 11 mil MW, pode custar até US$ 11 bilhões.
FONTE: Publicado em 11/08/2009 às 12h39m no Jornal Valor Online e enviado por International Rivers - SP

10 de ago. de 2009

Reunião do Conselho Consultivo do Parque da Amazônia sobre hidrelétricas na Bacia do Rio Tapajós

No próximo dia 21 de Agosto acontecerá, a partir das 8 da manhã, no Auditório do Hotel Apiacás, em Itaituba, reunião do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Amazônia. Nesta reunião ordinária será abordado o tema das hidrelétricas na Bacia do Rio Tapajós. O Parque Nacional da Amazônia (PNA) foi criado em 19 de fevereiro de 1974 como parte do Programa de Integração Nacional da Amazônia, que estabeleceu em 1971 um polígono para assentamento de agricultores inseridos em programas de reforma agrária na área de influência da Rodovia Transamazônica. Na ocasião, uma consultoria que incluía diversas entidades governamentais (Grupo de Operações da Amazônia – GOA) sugeriu a criação da unidade de conservação como estratégia para promover a preservação dos recursos naturais da área (ICMBio, 2008). Hoje o PNA está diante de uma grande polêmica, pois as informações que estão sendo disponibilizadas na mídia e pela Eletrobrás dizem que será diretamente atingido pelo projeto do governo federal de construção de hidrelétricas na Bacia do Rio Tapajós. Este projeto do governo Lula faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Enquanto a sociedade civil, através do Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163 vem organizando eventos de discussão sobre os potenciais impactos que poderão causar este empreendimento, o Ministério do Meio Ambiente, através do IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Natureza - ICMBio, ainda não se posicionou oficialmente sobre a questão. Esta reunião foi encaminhada devido a reivindicações dos conselheiros do Parque, que solicitaram ao chefe do PNA, Sr. Marcio Ferla, uma reunião do Conselho Consultivo desta unidade de conservação, para tratar de forma mais detalhada este assunto, trazendo esclarecimentos, como por exemplo, a área total do Parque que poderá ser alagada com a construção da barragem. Segundo os estudos do inventário hidrelétrico do rio Tapajós, liberados pela Eletrobrás, serão construídas 5 hidrelétricas na região, sendo que uma das maiores usinas seria construída em frente ao mirante do PNA, podendo inundar as Corredeiras de São Luiz do Tapajós, área de importante beleza cênica da região. Ainda de acordo com o relatório, a área inundada somente no PNA pode chegar a cerca de 150Km2, o que representa 20 campos de futebol. E se todo potencial energético do Tapajós for aproveitado, com a construção das 5 usinas previstas, outras unidades de conservação serão afetadas: A FLONA Itaituba I sofreria inundação de 3 das hidrelétricas (São Luiz, Jatobá, e Cachoeira do Caí, com total de 9.632 ha. A FLONA Itaituba II sofreria inundação de São Luiz e Cachoeira do Caí, com 40.836 ha (9,27% da floresta nacional) ficando em baixo da água. O Parque Nacional Jamanxim teria 24.204 ha inundados pelas usinas Cachoeira do Caí, Jamanxim, e Cachoeira dos Patos. E a FLONA Jamanxim teria 15.060 ha inundadas pelas hidrelétricas Cachoeira dos Patos e Jardim do Ouro. Além disso comunidades indígenas também seriam diretamente prejudicadas - São Luiz afetaria as comunidades Munduruku e Apiaká de Pimental, Akaybãe, e Remédio. A hidrelétrica Chocorão inundaria 121,1 km2 da Terra Indígena Munduruku, e as Terras Indígenas Sai Cinza, São Martinho, e Boca do Igarapé Pacu, que ficaria a apenas 2,5 km da barragem. Só para lembrar, o Parque Nacional da Amazônia é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e as únicas atividades que podem existir no seu interior são a Educação Ambiental, a pesquisa e o turismo ecológico, então, como pode-se que o governo federal cogite a entrada de milhares de trabalhadores na área do PNA para trabalhar na construção de uma barragem e ainda inunde uma parte importante de uma área de preservação permanente? Essas e outras questões vem sendo trabalhadas pelo Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163 e seus parceiros, e com certeza serão levantadas nesta importante reunião para que o Conselho Consultivo do PNA, enquanto espaço de participação social das entidades da região tenha um posicionamento responsável em relação a esta problemática. FONTE: Materiais enviados por Allyne Mayumi e Leidiane Diniz, biólogas do PNA, Glenn Switkes diretor da International Rivers no Brasil e organizados por Adriene Coelho, do Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163.

9 de ago. de 2009

Visita da FAO para definir ações do Projeto Manejo Florestal, Apoio à Produção Sustentável e Fortalecimento da Sociedade Civil na Amazônia Brasileira

No dia 05 de agosto, última quarta feira, estiveram em Itaituba dois representantes da FAO, que juntamente com pessoal do Serviço Florestal Brasileiro, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -ICMBio e do Sr. Pedro Bruzzi, do Projeto BR 163, participaram de reuniões na sede do Sebrae - Itaituba com diversos órgãos governamentais e da sociedade civil, entre eles o Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163 para definir ações do Projeto Manejo Florestal, Apoio à Produção sustentável e Fortalecimento da Sociedade Civil na Amazônia Brasileira, que está sendo executado pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA com parceria da União Européia e da Organização das Nações Unidades para Agricultura e Alimentação - FAO. Enquanto instrumento da política brasileira de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia, o objetivo principal deste projeto, segundo o MMA é contribuir para desenvolvimento sustentável da área de influência da BR 163 no estado do Pará. Para alcançar este objetivo, o projeto atuará através de 3 componentes: o manejo das florestas públicas no Distrito Florestal Sustentável da BR 163, o apoio às iniciativas de produção sustentável e o fortalecimento da sociedade civil e dos movimentos sociais. O Manejo das florestas públicas destina-se ao fortalecimento do Distrito Florestal Sustentável da BR 163 e a complementação de outras atividades em curso na região, como a identificação e o mapeamento das áreas com potencial para uso sustentável da floresta, o estabelecimento de normas para o manejo, conforme a lei de Florestas Públicas (Lei nº 11.284) e a estruturação e fortalecimento do setor florestal da região através de treinamento, assistência técnica, crédito e pesquisa florestal, entre outras ações. O Apoio às iniciativas de produção sustentável destina-se ao planejamento da gestão ambiental territorial, a implementação de sistemas de informação geográfica (SIG), ao apoio a iniciativa de geração de emprego e renda por meio do manejo e a consolidação do processo de planejamento e gestão ambiental das áreas cobertas pela ação do Projeto de Gestão Ambiental Rural (Gestar) e do Proambiente, entre outras ações. O Fortalecimento da sociedade civil e dos movimentos sociais tem como ações prioritárias a intensificação da interação entre as organizações da sociedade civil em nível local e regional, a consolidadção da capacidade de monitoramento e intermediação de conflitos do consorcio para o desenvolvimento sócio-ambiental da BR 163 - CONDESSA (sob a coordenação do Grupo de Trabalho Amazônico - GTA, este consórcio é uma aglomeração de organizações da sociedade civil da BR 163). Outrasa ações importantes deste componente são a retomada das iniciativas de treinamento de lideranças das organizações locais, a apoio técnio e financeiro à qualificação dos produtores rurais e a consolidação do sistema de comunicação comunitária e das estratégias de gerenciamento administrativo, contábil e financeiro para o fortalecimento institucional do CONDESSA. O início das atividades deste último componente está previsto para o mês de setembro, pois a informação era de que faltam apenas ajustes finais na Carta de Acordo a ser assinada entre a FAO e o GTA.

3 de ago. de 2009

Marcha Estadual: Em Defesa da Reforma Agrária e Contra a Crise!

Entre os dias 01 a 15 de agosto de 2009 acontecerá em Belém a Marcha Estadual Em Defesa da Reforma Agrária e Contra a Crise! Entre outros, alguns objetivos são a denúncia do modelo de desenvolvimento da Amazônia; o diálogo com a sociedade sobre a necessidade da Reforma Agrária; denunciar a criminalização dos Movimentos Sociais; celebrar os 25 anos do MST e preparar os 20 anos do MST/PA. Vamos apoiar e participar dessa luta!! FONTE: Enviado por Roselene Portela - IAMAS/PANAMAZÔNIA

Carta informa que lideranças do MAB em Tucuruí, estado do Pará, estão sendo ameaçadas

Vimos através desta, alertar a sociedade em geral e o governo brasileiro que nos últimos dias tem se intensificado as ameaças de morte contra lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Tucuruí, estado do Pará. Essas ameaças têm vindo de setores ligados aos grandes interesses econômicos da região, principalmente os da grilagem de terras, do agronegócio, da indústria do carvão e da indústria madeireira, que em sua maioria, desenvolvem atividades ilegais, causando a destruição da Amazônia. Esses grupos econômicos historicamente vêm desenvolvendo suas atividades na região, utilizando de corrupção, ameaças aos camponeses, apropriação de terras na base da violência e até mesmo a morte de lideranças que se opõe a esse modelo de desenvolvimento. Eles intensificaram sua atuação a partir da construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, na década de 80, que até hoje tem negado os passivos decorrentes da sua instalação. As denúncias de violação dos direitos humanos vêm sendo feitas há anos, tanto por parte dos atingidos como também por organizações internacionais e pelo governo brasileiro, através da Comissão Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, que esteve no local em 2007 e comprovou as denúncias realizadas pelas famílias atingidas pela barragem. Além disso, o conjunto dos movimentos sociais tem intensificado nesses últimos anos a defesa dos recursos naturais, bem como resistindo e exigindo os direitos negados pelos grandes projetos que vem assolando a população. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra de Tucuruí, nos três últimos anos (2006-2009) 14 lideranças rurais foram assassinadas nessa região em decorrência da luta pela terra e denúncia de extração ilegal de madeiras. O último caso foi o assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí, Raimundo Nonato, em abril desse ano. Até agora nada foi feito para prender os mandantes desse crime. As ameaças de morte que as lideranças estão sofrendo foram registradas recentemente na delegacia de polícia de Tucuruí. As lideranças ameaçadas são: Roquevan Alves Silva e Dilma Ferreira da Silva, e de forma indireta, outras lideranças também tem sofrido constantes ameaças. Enquanto isso, a justiça tem fechado os olhos para essa realidade, ocasionando um clima muito tenso na região. Diante disso, nos sentimos preocupados e queremos exigir dos órgãos competentes uma intervenção rápida nessa situação, buscando evitar mais crimes e garantindo a integridade das lideranças que vem fazendo a defesa dos direitos das famílias camponesas contra a ação ilegal de grandes grupos econômicos, interessados tão somente na exploração dos recursos naturais, na destruição da floresta amazônica e na apropriação indevida da terra e dos recursos naturais. Por fim, acreditamos que os órgãos competentes possam investigar esses crimes e exigimos para que se tome uma postura radical e séria perante essa situação, do contrário, estaremos sendo mais uma vez coniventes com essa triste realidade criminosa no campo paraense. Atenciosamente, Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

QUANTO CUSTA UMA HIDRELÉTRICA?

Mais do que questões ambientais, uma queda-debraço entre governo e setor privado pode se tornar o principal empecilho para que a usina de Belo Monte, no Pará — o maior empreendimento elétrico em cronograma hoje no país, equivalente a quase quatro usinas de Jirau — saia do papel. Enquanto o Ministério de Minas e Energia estima que o custo da obra gira em torno de R$ 16 bilhões, os empresários asseguram que o empreendimento vale, no mínimo, R$ 30 bilhões. Publicamente, o valor de investimentos para concluir a obra ainda é de R$ 7 bilhões, de acordo com os balanços quadrimestrais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A reportagem é de Eliane Oliveira e Gustavo Paul e publicada pelo jornal O Globo, 29-07-2009. Esta discrepância foi demonstrada em reunião, ontem, entre o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e representantes das associações brasileiras das indústrias de Base (Abdib), de Máquinas (Abimaq) e Eletroeletrônica (Abinee). Os empresários foram convocados pelo ministro para a apresentação do projeto, com novo cálculo. Projeção do governo “chocou” empresários É a segunda grande obra de infraestrutura a ter mudança de preço recentemente. Na semana retrasada, o trem-bala que ligará o Rio a São Paulo e Campinas, orçado inicialmente em US$ 11 bilhões, teve o preço recalculado para US$ 17 bilhões. Não houve consenso nos debates de Belo Monte, ontem, apesar do empenho do ministro em argumentar que a obra é fundamental para o governo Lula. Segundo um dos presentes, o novo valor da usina “chocou” os empresários. Depois de ouvir a proposta de Lobão, a indústria aguarda agora o envio dos detalhes técnicos para entender a razão que levou à redução radical dos custos que ela estimou. — Os números não estão batendo — disse um participante do encontro. — O ministro ficou fazendo jogo de cena e jogando o preço para baixo, como se estivéssemos ganhando rios de dinheiro. Os empresários alertaram que a discrepância de preços torna mais difícil a elaboração de uma equação financeira, para que finalmente a data da licitação de Belo Monte seja marcada. Outra preocupação relativa ao baixo valor do empreendimento é que o fabricante, para reduzir custos, acaba importando equipamentos de outros países, com destaque para a China, o que pode significar um golpe para a indústria nacional. — A falta de uma equação financeira é o grande obstáculo para que se determine quando a obra vai acontecer. Esta foi a pior reunião sobre o tema da qual participei — disse um empresário. Analista: obra corre o risco de não atrair investidores Segundo um analista do setor elétrico com passagem pelo governo, a discrepância de valores revela um problema grave para a concepção da obra. Para ele, não haveria sentido econômico em projeções tão antagônicas para um mesmo empreendimento. O risco é a obra não atrair investidores: — Me parece que o governo está querendo jogar a obra para um preço bem baixo, apostando em queda de preços na comercialização da energia no mercado livre. Mas esse mercado oscila muito e a conta pode não fechar — afirmou. Ao ser concluída, adeverá ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, com capacidade de geração de 11,1 mil megawatts. Nas últimas semanas, o processo de licenciamento ambiental foi interrompido por uma liminar da Justiça Federal, no Pará. Depois, o Ibama ainda terá de conceder a licença ambiental. Alegando problemas ambientais, o governo já sinalizou duas vezes a data de licitação da usina. A primeira previsão era ocorrer em setembro deste ano, mas acabou sendo postergada para outubro.
FONTE: Enviado por Arno M. Longo, disponível em: O Globo 29/07/2009 http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/07/28/ninguem-sabe-custo-da-usina-de-belo-monte-valores-variam-de-7-bi-r-30-bi-757018686.asp