30 de mar. de 2012

Atlas de Espécies Ameaçadas em Unidades de Conservação Federais

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, através da Coordenação Geral de Manejo para Conservação - CGESP vem trabalhando na construção de um banco de dados para a atualização de informações que subsidiarão o próximo Atlas de Espécies Ameaçadas em Unidades de Conservação Federais. O trabalho consiste na busca e sistematização de informações gerada...s por diferentes fontes de referências científicas.

Para ampliar a participação das comunidades científica e acadêmica na confecção do novo Atlas, o ICMBio lançou hoje em seu site uma Consulta Pública, onde o pesquisador poderá contribuir fornecendo dados sobre o registro de espécies ameaçadas dentro dos limites das Unidades de Conservação Federais, adicionando assim informações inéditas à base de dados.

São dois questionários, um para a FAUNA e um para a FLORA. O prazo da Consulta é até 13 de abril de 2012.
Link para questionário da FAUNA: http://www.icmbio.gov.br/?portal%2Fbiodiversidade%2Ffauna-%3Fbrasileira%2F2624-questionario-%3Ffauna
Link para questionário da FLORA: http://www.icmbio.gov.br/?portal%2Fbiodiversidade%2Ffauna-%3Fbrasileira%2F2625-questionario-%3Fflora
 
FONTE: Ascom ICMBIO

29 de mar. de 2012

Fiscais do Ibama e Instituto Chico Mendes afirmam ter sofrido emboscada em Novo Progresso

Uma equipe de fiscalização formada por funcionários do Ibama e do ICMBio contou ter sofrido uma emboscada na manhã de ontem (28) na BR-163, na altura de Cachoeira da Serra, no distrito de Novo Progresso, no Pará. Segundo a assessoria do Ibama, dois homens com armas automáticas, coletes balísticos e máscaras abordaram as equipes após bloquear a estrada com troncos de árvores. Policiais ambientais do Pará acompanhavam os fiscais e trocaram tiros com os mascarados que acabaram fugindo pelo mato. Nenhum dos agentes foi ferido.

Segundo nota do Ibama, há cerca de duas semanas os Institutos e a Polícia Ambiental do Pará estão na região para combater desmatamento ilegal. Ontem, durante sobrevoo com o helicóptero do instituto, identificou-se um acampamento e uma grande área de floresta derrubada. A equipe que estava a bordo desembarcou próximo ao local para monitorar as ações e o helicóptero retornou à base para buscar apoio terrestre. Na manhã de hoje, duas caminhonetes com fiscais e policiais seguiam para a localidade quando houve o confronto. Os fiscais que permaneceram no período da noite aguardando a equipe de apoio foram resgatados no final desta manhã pelo helicóptero do Ibama.

Não é a primeira vez, que a fiscalização do Ibama enfrenta problemas na região de Cachoeira da Serra. Em 2007, uma equipe apreendeu dez caminhões carregados de madeira ilegal e quando passou pelo distrito foi cercada por uma população revoltada com a ação contra a os crimes ambientais, comuns naquela região.

FONTE: Folha de São Paulo, disponível aqui.

Estudo do Banco Mundial revela que probabilidade de madeireiro ilegal ser punido no Brasil é baixa

A corrupção em cargos elevados e a falta da aplicação da lei florestal fomentam o mercado de extração ilegal de madeira no Brasil. Essa conclusão é detalhada no relatório do Banco Mundial “Justiça para as Florestas: Melhoria dos Esforços da Justiça Criminal para Combater a Extração Ilegal de Madeira” divulgado na última terça-feira (20/03).

De acordo com o estudo, que teve duração de quatro anos, a probabilidade de um madeireiro ilegal ser penalizado no Brasil e em outros três países (México, Indonésia e Filipinas) é menor que 0,08%. “Precisamos combater o crime organizado na extração ilegal, da mesma forma como vamos atrás de bandidos organizados que vendem drogas ou de organizações criminosas”, diz o gerente da equipe do Banco Mundial encarregada da Integridade dos Mercados Financeiros, Jean Pesme.

Além disso, o documento afirma haver uma “confusão jurisdicional” no Brasil. Conforme o estudo, atores responsáveis pela aplicação da legislação florestal, como juízes, guardas florestais e investigadores criminais, não cooperam entre si de forma correta. “Se cada uma dessas partes tivesse uma apreciação mais detalhada do papel dos outros jogadores, a cooperação, sem dúvida, melhoraria, ajudando a remover um dos principais obstáculos à condenação: falhas de comunicação entre as várias partes do sistema”, afirma o relatório.

O relatório cita casos de corrupção no Brasil envolvendo administradores locais e funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). “Operações gigantes de extração ilegal da madeira causaram um dano estimado em 500 milhões de dólares para a Floresta Amazônica”, diz o documento sobre um caso de 2010.

Apesar dos problemas, o relatório lembra, ao citar o papel de ONG’s no combate ao comércio ilegal de madeira, a bem sucedida parceria do Greenpeace com o IBAMA. Em 2000, durante uma inspeção de cinco dias, a organização e a agência brasileira apreenderam o maior volume de toras de mogno, orçado em sete milhões de dólares.

Clique aqui para baixar o estudo em inglês.

FONTE: Texto da ONU Brasil, disponível no Site Amazônia.org, aqui.

Chega em Santarém o novo navio do Greenpeace para fortalecer a "Campanha pelo Desmatamento Zero"

Foto: Bruno Kelly

À bordo do novo Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), Greenpeace recebe lideranças comunitárias do GTA para avaliar a implementação do Plano BR 163 Sustentável e lançar campanha pelo desmatamento zero.

A rodovia BR 163, que liga Cuiabá a Santarém (PA), já está quase toda pavimentada. Mas o plano montado para evitar as consequências negativas da obra, especialmente o aumento do desmatamento em seu entorno, mal saiu do papel. Essa é a pauta de uma discussão feita hoje a bordo do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, em Santarém, junto com o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). O objetivo foi unir organizações e lideranças comunitárias para debater os pontos que ainda não foram postos em prática do Plano BR-163 Sustentável e discutir ações para pressionar o governo pelo seu efetivo cumprimento.

Obras de infraestrutura são grandes indutores de desmatamento e violência na Amazônia. Para fugir desse cenário, há oito anos, quando anunciou a retomada do asfaltamento da estrada, o governo reuniu 17 ministérios e fez inúmeras consultas às organizações locais para montar esse plano, que tinha como objetivo evitar que o asfaltamento e a esperada migração de populações para a região resultassem na derrubada de grandes parcelas de floresta e conflitos fundiários.

No entanto, em janeiro, o GTA divulgou um estudo no qual mostra que apenas 43% das ações previstas no plano foram executadas, 18% estão em execução e 39% não foram sequer iniciadas. Enquanto isso, 79% dos trabalhos de asfaltamento da estrada já foram finalizados pelo governo, que previu a sua conclusão em dezembro de 2013.

Esse é um exemplo de como a agenda socioambiental é continuamente deixada em segundo plano, mesmo quando o próprio governo é seu mentor. “O governo desrespeita e atropela suas próprias regras. Além de não cumprir com seu compromisso, ainda reverte medidas que já tinham sido conquistadas no passado. É um passo para frente e dois para trás”, afirma Tatiana de Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

As unidades de conservação criadas no entorno da rodovia, parte do projeto da BR-163, ainda não foram implementadas – apenas quatro das 12 criadas têm plano de manejo. Apesar disso, o governo faz o contrário do que prometeu: em vez de tirá-las do papel, reduz os limites de algumas e ainda pode reduzir a proteção no seu entorno por meio do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional.


“As unidades de conservação são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a subsistência de extrativistas e agricultores familiares que vivem no entorno da estrada”, diz Carvalho.
No evento de hoje, lideranças sociais e comunitárias manifestaram sua preocupação com a lentidão na implementação do Plano. “Para o governo o que vale são contratos firmados para a execução dos serviços e das políticas, mas para nós o que interessa são os resultados, e é isso que não estamos vendo”, afirmou João Raimundo, do CEFTBAM (Centro de formação dos trabalhadores do baixo amazonas) e representante do GTA no evento. Ele comentava o relatório que informa, entre outros dados, que somente 17% do ordenamento fundiário previsto no plano BR 163 sustentável foi executado. Outros 13% estão em execução e 75% falta executar.

A representante da FETAGRI, Maria Rosa, teve a participação do movimento social na construção do Plano. “Se fosse executado como foi planejado, se fosse mesmo que devagar, estaria bom. Mas o que está acontecendo é que os interesses dos grandes estão sendo atendidos, enquanto os dos pequenos está ficando para trás. Nós não temos nada contra a construção da estrada, porque é uma demanda nossa também, mas e as vicinais, os assentamentos, a consolidação das reservas extrativistas, lá onde estão nossos extrativistas e trabalhadores rurais, porque não está sendo feito?”, questionou.
As lideranças pediram apoio do Greenpeace para que suas demandas possam ser divulgadas para o Brasil e o mundo. Na Assembléia Geral do Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, rede de organizações e movimentos sociais da amazônia, que começa amanhã, as lideranças vão aprofundar a discussão.

Campanha pelo desmatamento zero

Na passagem por Santarém, à bordo do navio Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), em sua primeira viagem pelo Brasil, o Greenpeace lançou a Campanha pelo Desmatamento Zero. O objetivo é coletar 1,4 milhão de assinaturas e levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular, nos moldes da Ficha Limpa, para colocar a taxa de desmatamento no Brasil no único nível em que pode ser considerada aceitável: o zero.

“O Brasil devasta muita floresta há muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento global.”

Acesse e saiba como participar da campanha http://www.greenpeace.org/brasil/pt/

FONTE: Texto de Fabio Pena, disponível no Site da Rede Mocoronga, visite aqui. 

Roberto Vizentin é o novo presidente do ICMBio

A edição de hoje do Diário Oficial da União traz a nomeação de Roberto Ricardo Vizentin como novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Vizentin deixa o cargo de secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

27 de mar. de 2012

Mulheres brasileiras bordam a imagem de rios que povoam seu imaginário


Mulheres ligadas à Casa do Coração bordam rios, fazendo ressurgir a esperança no fluxo da vida. As 30 imagens vão para as páginas de um livro da Companhia das Letras.

Mãe do Rio. Esse é o nome da pequena cidade a 200 km de Belém, capital do Pará. Um dos 25 mil moradores é Roseane Dourado, que recebeu pelo correio uma caixa contendo um pedaço de linho rústico garimpado em um antiquário francês, linhas de bordar coloridas, o livro de referência ABC do São Francisco (de Savia Dumont) e uma proposta: que tal mergulhar em suas recordações e bordar o rio que marcou sua vida? Outras 15 mulheres, de vários pontos do país, receberam o mesmo pacote e o mesmo desafio. Em comum, elas são mães ligadas à ACTC/Casa do Coração, instituição que dá suporte a crianças e adolescentes com problemas cardíacos, atendidos no Incor, em São Paulo. “Esses trabalhos serão publicados num livro que será lançado pela Companhia das Letras. Para muitas, o bordado passa a ser um ofício, uma forma nova de ganhar o sustento”, fala Mônica Vassimon, diretora da ACTC.
O lançamento do livro Bordar a Vida acontece no dia 21 de março de 2012, na Galeria Estação - rua Ferreira de Araújo, 625, das 19h às 22h. A exposição dos bordados permanecerá na Galeria até o dia 28 de março.
 
Divulgação
Para as mães cujos filhos são portadores de doenças cardíacas, o bordado é uma forma de manter a calma, a autoestima elevada e a criatividade a mil. “Tudo isso ajuda a enfrentar os obstáculos do tratamento dos filhos e é uma forma de valorizar as mulheres”, diz Cristina Macedo, apaixonada por literatura, idealizadora do projeto e coordenadora das atividades de bordado da Casa do Coração. Na foto, tucanos, boto-cor-derosa, cachoeira... a festa das espécies e das cores acontece no trabalho de Joelma Alves Guimarães, mãe bordadeira da Casa do Coração, que registra as lembraças do Norte do Brasil.
FONTE: Texto de Liliane Oraggio, disponível aqui.

22 de mar. de 2012

Rios brasileiros não têm boa qualidade de água, diz pesquisa da SOS Mata Atlântica

Rio Camboriú no Balneário Camboriú em Santa Catarina é um dos mais limpos rios do país, mas ainda está na classificação  regular

Rios de 11 Estados brasileiros foram analisados pela equipe da Fundação SOS Mata Atlântica e nenhum obteve resultado satisfatório na qualidade da água. Foram realizadas 49 avaliações no Ceará, Piauí, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Nenhum dos pontos de coleta conseguiu a soma necessária para alcançar os níveis “bom” ou “ótimo” --75,5% foram classificados como “regular” e 24,5% no nível “ruim”.

Os melhores resultados foram: Rio Santa Maria da Vitória, em Vitória (ES); Rio Paraíba do Sul, em Resende (RJ); Bica da Marina, em Angra dos Reis (RJ); Arroio Jupira, em Foz do Iguaçu (PR); e do Rio Camboriú, na cidade de Balneário Camboriú (SC), todas com 33 pontos.

Os resultados mais baixos ficaram para os rios Criciúma, na cidade de Criciúma (SC), com 23 pontos, e o Itapicuru Mirim, em Jacobina (BA), com 24 pontos.

“Desde maio de 2009 o projeto tem realizado análises como estas e ainda não chegamos a um rio classificado ao menos como bom. Se compararmos os resultados atuais com os anteriores, verificamos que não há grandes mudanças, o que mostra a necessidade de ações que contribuam para a conservação e a melhoria da qualidade de nossas águas”, disse Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica.

Análises
A cada semana, o projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante” visita uma cidade diferente e promove atrações gratuitas com a população local. Entre as atividades está a seleção de um ou mais corpos d’água locais para serem analisados. Essas avaliações têm o objetivo de checar a qualidade dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água das cidades e, desta forma, alertar a população sobre a real situação do local onde vive. Para realizar a análise, a equipe conta com um kit de monitoramento desenvolvido pelo Programa Rede das Águas da própria ONG.

O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos). Os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), padrão definido no Brasil por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), obtido pela soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, biológicos e de percepção, avaliados com auxílio do kit.

Em cada análise são avaliados a temperatura, turbidez, espumas, lixo, odor, peixes, larvas e vermes brancos ou vermelhos, coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, potencial hidrogeniônico, níveis de nitrato e de fosfato. Cada um destes parâmetros pode acrescentar de um a três pontos, obtendo o mínimo de 14 e máximo de 42 pontos.

Principais alterações de resultados
O ano de 2011 marcou o início do terceiro ciclo anual do projeto itinerante da SOS Mata Atlântica. Neste ciclo, a exposição revisitou algumas cidades e realizou uma nova coleta de água em rios já avaliados pela equipe. Alguns destes resultados tiveram grandes alterações, como é o caso do Córrego Bom Retiro, em Londrina (PR); do Rio Tietê, em Itu (SP); e do Rio Santa Maria da Vitória, Vitória (ES), que ganharam sete pontos em suas análises e passaram da classificação “ruim” para a “regular”.

Outras avaliações com grandes alterações foram as dos rios Criciúma, em Criciúma (SC), que perdeu cinco pontos, e Paquequer, em Teresópolis (RJ), com quatro pontos a menos. Ambos caíram da classificação “regular” para “ruim”.
A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus.

“A água é essencial para a vida. Não podemos tratá-la como se fosse uma lata de lixo onde jogamos nossos esgotos e o que simplesmente não queremos mais. O cuidado com os recursos hídricos deve ser feito por todos”, destaca Malu.
Uma grande preocupação é com relação à proposta de alterar o Código Florestal, que está atualmente na Câmara. O texto coloca em risco esses importantes ambientes ao propor a consolidação de ocupações irregulares em manguezais ocorridas até 2008, consolidar ocupações urbanas nessas áreas e permitir novas ocupações, sendo 35% em manguezais do Bioma Mata Atlântica e 10% na Amazônia.

FONTE: Daqui.

Unidades de conservação na amazônia são fortalecidas

 
Foto Unidades de conservação na amazônia são fortalecidas
 
Meta é proteger 84 milhões de hectares até 2015. Os R$ 60 milhões reservados para o projeto serão geridos pelos estados, para melhor atender às prioridades locais

A criação de 24 milhões de hectares de novas áreas protegidas no bioma Amazônia e a importância das Unidades de Conversação para ampliar esse número foram destacadas pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta quarta-feira (21/03). Ela participou, na sede do Instituto Chico Mendes, em Brasília, da liberação de recursos para o Plano de Investimento para o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que prevê aporte de R$ 60 milhões no período 2012/2013.

"A primeira fase foi muito bem sucedida, resultando em 24 milhões de hectares de novas áreas protegidas", destacou a ministra. Na sua avaliação, o resultado é fundamental para se alcançar a meta da segunda fase do Programa, de 60 milhões de hectares protegidos até 2015. Para isso, na primeira etapa do Arpa foram investidos US$ 115 milhões. O aporte total da segunda fase está estimado em US$ 121 milhões.

A ministra salientou a importância de consolidar as áreas já protegidas, fortalecendo as parcerias com os governos estaduais. "Pela primeira vez, estamos alocando recursos para os estados fortalecerem as unidades de conservação e ampliar, localmente, as áreas protegidas", afirmou. Com isso, os R$ 60 milhões anunciados para investimento em 2012/2013 serão geridos de forma descentralizada pelos estados, de acordo com as necessidades e prioridades locais.

O Arpa é o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo. Lançado em 2002 no âmbito do Governo Federal sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, conta com parceiros financeiros instituições internacionais como o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF), KfW (Banco Alemão de Desenvolvimento) e Fundação Mundial para a Vida Selvagem (WWF).

FONTE: Texto de Sophia Gebrim, de 21/03/2012, divulgado pela ASCOM do MMA, aqui.

 

Chamada Pública e Rodadas de Divulgação e Capacitação para Projetos Sustentáveis do Fundo Amazônia

Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis
Endereços das Rodadas de Divulgação e Capacitação

Palmas - Tocantins
Dias 20 e 21 de março às 8h30min
Escola de Governo, Quadra 103 Sul, Rua SO3 - Lote 39, Centro

Cuiabá – Mato Grosso
Dias 22 e 23 de março às 8h30min
SEMA - Auditório Pantanal, Rua C, esquina com a Rua F, Centro Político Administrativo

Manaus – Amazonas
Dias 26 e 27 de março às 8h30min
Auditório Beth Azizi, 4º andar, Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas - ALEAM
Rua Mario Ypiranga Monteiro, próximo ao SEAD - Nairro Parque 10 de Novembro

Rio Branco – Acre
Dias 27 e 28 de março às 8h30min
Biblioteca da Floresta - Parque da Maternidade. s/nº - Centro (próximo a Concha Acústica Jorge de Nazaré)

Porto Velho – Rondônia
Dias 29 e 30 de março às 8h30min
SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia)
Avenida Lauro Sodré, 6.500 - Bairro Aeroporto

Boa Vista – Roraima
Dias 29 e 30 de março às 8h
Auditório do Sebrae - Av. Major Willians, 578 - Centro

Macapá – Amapá
Dias 04 e 05 de abril às 8h30min
Endereço a confirmar

Belém – Pará
Dias 10 e 11 de abril às 8h30min
Endereço a confirmar
FONTE: Enviado por Michael Herberholz, do GIZ - Projeto Proteção da Mata Atlântica II

21 de mar. de 2012

ICMBio e SFB promovem curso sobre plantio do açaí

Segue até a próxima sexta (23) o curso sobre mudas e viveiros para produtores de comunidades situadas no entorno da Floresta Nacional (Flona) do Trairão, na região da BR-163, no Pará. As atividades, que começaram na segunda (19), ocorrem na comunidade Monte Dourado, na vicinal do Cacau, município de Itaituba. O evento é organizado por grupo de trabalho (GT) formado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e Cooperativa Mista Agroextrativista do Caracol (Coopamcol), além de instituições parceiras.

O objetivo é fortalecer a capacidade dos comunitários de gerar renda com produção de açaí. Os agricultores familiares extraem o palmito e o fruto da espécie e, com o curso, poderão ampliar a quantidade de palmeiras para manejo e também a produção. Um dos primeiros benefícios será mais autonomia para os extrativistas. “A comunidade terá mudas para plantar, pois não existe oportunidade de aquisição de mudas na região por falta de produtores”, explica o chefe da Unidade Regional (UR) do Distrito Florestal da BR-163 do SFB, Fernando Ludke.

A produção própria reduz ainda o custo da muda, do deslocamento delas para as comunidades, além da viabilidade da própria muda, que não sofre com transporte e baldeio. Ao plantá-las, os agricultores conseguirão adensar a quantidade de palmeiras. “Eles terão um rendimento maior por área e poderão se deslocar menos para chegar aos açaizais”, diz Ludke.

Plantio conjunto

Embora o açaí seja uma das espécies mais utilizadas pelos agricultores, o curso vai abordar técnicas para produzir também mudas de espécies florestais, como andiroba e ipê, que interessam às comunidades. A capacitação abordará, inclusive, conceitos sobre a combinação de cultivos agrícolas com árvores, chamados de sistemas agroflorestais (SAFs). O cultivo em consórcio aumenta as opções de renda, pois o caixa do produtor tende a estar o tempo todo suprido, ora com a renda de uma espécie, ora de outra. “A introdução de SAFs visa cultivos consorciados para aproveitar mais a área antropizada. Culturas de ciclo curto dão retorno enquanto outra cultura está atingindo a fase de maturação”, afirma o chefe da Unidade Regional do SFB.

Segundo um dos integrantes do Grupo de Trabalho pelo Ipam, Edivan Carvalho, existem ainda outros benefícios. “Esta ação poderá ser um indicativo de alternativas a diversificação e recuperação ambiental de unidades produtivas familiares, além de incentivar a implementação de modelos produtivos que melhorem a geração de renda e alimentos”, afirma. O tema será abordado no curso pela Instituição, que conta com apoio do Projeto BR-163: Floresta, Desenvolvimento e Participação.

Fomento
O curso conta com a participação de um técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira de Itaituba (Ceplac), que nos primeiros dias do curso, vão informar os agricultores, entre outros assuntos, sobre políticas que podem ser acessadas, financiamento e outras possibilidades de auxílio.

“Para nós, trata-se de auxilio essencial para continuidade e sucesso do apoio, as parcerias potencializam o uso de recursos públicos, concentram-se esforços numa mesma direção”, diz Ludke.
Juntos, o ICMBio, SFB, o Ipam e a Coopamcol vêm trabalhando desde as primeiras atividades que deram origem à atual capacitação em mudas e sementes por meio do grupo de trabalho sobre açaí que foi criado e é composto por conselheiros da Flona Itaituba I. Esse GT realizou um diagnóstico participativo e, depois, um plano de ação.

O curso surgiu da demanda das comunidades dentro das discussões dos conselhos consultivos das Florestas Nacionais de Itaituba I, II e Trairão, geridas pelo ICMBio. A capacitação é resultado desses trabalhos e, pelo seu potencial, poderá ser ampliada para outras comunidades ao longo de cerca de 400 km da BR-163 e Transamazônica, nos municípios de Trairão, Itaituba e Rurópolis.

FONTE: Texto de Fabiana Vasconcelos, da ASCOM do SFB.

19 de mar. de 2012

Arpa recebe doação para áreas protegidas na Amazônia

Recursos de US$ 15,9 milhões do Fundo para o Meio Ambiente Global(GEF) vão ajudar a consolidar 95 unidades de conservação e apoiar 17 processos de criação de novas áreas no bioma

A Fase II do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, receberá incremento de US$ 15,9 milhões provenientes de doação do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Global). Anunciado nesta quinta-feira (23/02) pelo Banco Mundial, os recursos servirão para ajudar na consolidação de 95 unidades de conservação (UCs) e apoiar 17 processos de criação de novas áreas no bioma amazônico.

A doação do GEF/Banco Mundial é um importante complemento do volume total de recursos constituídos pelos demais parceiros e doadores do Arpa e é fruto de uma parceria, incluindo contrapartida dos governos federais e estaduais, estabelecida com o Programa desde 2002, afirma o coordenador do Programa do MMA, Trajano Quinhões. O Arpa, iniciado em 2003 e com ações previstas até 2018, investirá US$ 395 milhões, sendo US$ 121 milhões em sua Fase II, atualmente em curso (2010-2015).

Arpa tem por objetivos a conservação de uma amostra representativa da biodiversidade no bioma Amazônia, dos ecossistemas e paisagens a ela associados e a manutenção de serviços ambientais nas regiões abrangidas pelo programa.

A meta do Programa é proteger 60 milhões de hectares por meio do apoio à criação e consolidação de Unidades de Conservação (UCs) no bioma, expandindo e fortalecendo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), o que representaria hoje 39,6% de toda a área de UCs no país e 54,1% de toda a área de UCs no bioma Amazônia. Dos 60 milhões de hectares, o Arpa apoiará a criação de 45 milhões de hectares de UCs de uso sustentável e de proteção integral.

Para saber mais sobre o ARPA, clique aqui.
FONTE: Texto da Assessoria de Comunicação do MMA, de 24/2/2012, disponível aqui.

OAB exige que Pará cobre R$ 5 bi de mineradoras

Órgão diz que cobrança está prevista em lei, mas nunca foi feita; Pará pode ter abdicado de até US$ 100 bi em 10 anos.

O Pará está jogando fora uma fortuna que poderia reduzir seus índices africanos de pobreza. Ele deixa de arrecadar R$ 5 bilhões por ano com a exploração dos recursos hídricos por empresas mineradoras que atuam no Estado. A cobrança, que não é taxa ou imposto, está prevista em lei, mas nunca foi feita. A omissão já dura mais de dez anos. As empresas usufruem de outorga gratuita e ainda gozam de renovação sistemática das licenças a cada dois anos. Se a cobrança fosse realizada hoje e as mineradoras tivessem de pagar tudo o que deixaram de recolher em mais de uma década, segundo especialistas consultados pelo Estado, a dívida seria de US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões, o equivalente a quase duas vezes o Produto Interno Bruto do Pará.

A Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB/PA) decidiu exigir do governo estadual que a cobrança seja feita. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB, Ismael Moraes, argumenta que "inexiste qualquer motivo para que as empresas que utilizam as águas paraenses sejam isentadas de pagamento como está ocorrendo há mais de uma década". Moraes, em ofício enviado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), disse que a OAB quer fazer parte do Conselho de Recursos Hídricos do órgão para pressionar pela cobrança. O Conselho existe no papel, mas nunca funcionou. Hoje, somente Ceará e São Paulo cobram pelo uso industrial da água. Como os rios e mananciais são de domínio exclusivo do Estado, compete a ele cobrar e utilizar os recursos.

A Agência Nacional de Águas (ANA) tem atribuições quando se trata de rios do domínio da União. Os únicos que hoje são obrigados a pagar ao Estado são os pequenos consumidores. Também são os únicos que a Sema fiscaliza e autua caso cavem um poço artesiano no fundo do quintal sem autorização. As indústrias, segundo especialistas ouvidos pelo Estado, consomem a média de 3,5 bilhões de litros de água no processamento dos minerais. Os gastos também são grandes no resfriamento dos lingotes de alumínio e nas refinarias de alumina. Mas é no transporte de bauxita e caulim pelos minerodutos que o consumo é astronômico. Além de não cobrar, o Estado não possui nenhum controle sobre o que é consumido pelas mineradoras.

Técnicos que atuam nos projetos estimam, com base nas centenas de milhões de m³ de água utilizados nas indústrias minerais, multiplicadas por apenas 30% do valor cobrado pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) do consumidor doméstico, que o Estado perca mais R$ 800 milhões apenas com o mineroduto de 244 km da norueguesa Norsk Hydro, que leva bauxita de Paragominas, no leste do Pará, para Barcarena, polo industrial próximo a Belém. O diretor do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), José Fernando Júnior, afirma que o setor cumpre a legislação. Ele confirmou que as mineradoras são licenciadas pela Sema e que não pagam pela exploração da água. "Nós somos autorizados pelo órgão ambiental, que concede a outorga e faz a renovação a cada dois anos." O governo do Pará e a Sema não quiseram se pronunciar.

FONTE: Texto de Carlos Mendes, de Belém, especial para o Estado de S.Paulo, disponível aqui.

9 de mar. de 2012

Pesquisador critica esboço de documento da Rio+20

O pesquisador José Eli da Veiga, do Instituto de Relações Internacionais da USP, critica as limitações do PIB como um indicador de bem-estar dos países.

O pesquisador José Eli da Veiga, do Instituto de Relações Internacionais da USP, criticou nesta quarta-feira (7) um trecho do chamado “rascunho zero” da Rio+20: o esboço do documento principal que possivelmente vai ser um dos resultados da conferência. O trecho criticado trata das limitações do PIB (Produto Interno Bruto) como um indicador de bem-estar dos países. Ele classificou o texto, que servirá de base para o documento final da conferência sobre desenvolvimento sustentável, de “inepto”.
Para Eli da Veiga, o rascunho falha ao propor “indicadores complementares ao PIB que integrem as dimensões econômica, social e ambiental de um modo balanceado”.

“Não se trata de complementar, se trata de se livrar do PIB”, disse o pesquisador. “Já quando ele foi concebido se dizia que não poderia ser um indicador de bem-estar.” Muitos cientistas consideram que, no contexto atual de mudanças climáticas e perda acelerada da biodiversidade, é preciso que governos e empresas levem em conta outros fatores além da riqueza econômica produzida. Com isso, o PIB foi colocado em xeque.

Eli da Veiga defende que as discussões na Rio+20 levem em consideração o trabalho desenvolvido pela Comissão para Mensuração da Performance Econômica e do Progresso Social, criada em 2008 por iniciativa do governo francês. Conhecido por “comissão Stiglitz-Sen-Fitoussi” devido ao nome de seus coordenadores, esse grupo propôs outras formas de medir o desenvolvimento das nações que não o PIB.

Entrariam na conta a renda líquida disponível em cada domicílio; um índice de desenvolvimento humano mais amplo do que o atual IDH, incorporando também questões como segurança pública e segurança econômica; e um indicador que medisse os impactos ambientais, como por exemplo as emissões de carbono e o consumo de água.

Isso permitiria aos países avaliar de forma mais completa as consequências dos seus padrões de consumo e produção sobre suas populações e sobre o planeta. Sem consenso – A posição de um indicador único, porém, não é consensual. O professor Jacques Marcovitch, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, defendeu ontem que a avaliação do desempenho dos países seja feita por meio da agregação de um novo indicador a outros já existentes, como o IDH e o PIB per capita. Para ele, esse novo mecanismo deve ser capaz de avaliar a sustentabilidade ambiental de países e setores econômicos com base em dados como eficiência energética, uso da água, cobertura vegetal, emissões de gases do efeito estufa, gestão de resíduos etc. “É melhor fazer isso do que jogar fora tudo o que já foi construído”, disse. “O IDH, por exemplo, já é um conceito bem entendido pelos prefeitos.”

Marcovitch, porém, afirmou ter dúvidas de que o desenvolvimento desse novo indicador ocorra no âmbito das Nações Unidas. “A sociedade civil e a academia precisam se unir para responder a esse desafio”, disse.

FONTE: Texto da Folha.com

Salvar a biodiversidade custa US$300 bilhões por ano, diz Bráulio Dias

Brasileiro é secretário da Convenção de Biodiversidade das Nações Unidas. Custos seriam divididos entre governos e empresas, afirma.

Salvar a biodiversidade será caro: US$ 300 bilhões por ano, nos próximos oito anos, de acordo com o brasileiro Bráulio Dias, secretário da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. Já o fracasso na preservação da biodiversidade custaria muito mais e poderia ter graves consequências, como doenças, fome, pobreza e baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas.

“A biodiversidade é a base de tudo o que fazemos na agricultura, tudo o que fazemos na saúde”, afirmou. “Assim, o desenvolvimento de novas vacinas e de novas variedades de plantas para a agricultura é baseada na biodiversidade, nos recursos genéticos. Se perdemos biodiversidade, perdemos opções para o desenvolvimento futuro nessas áreas”.

A destruição dos habitats naturais provocada pelo homem, o desenvolvimento econômico desenfreado, a poluição e as mudanças climáticas estão entre as ameaças à vida vegetal e animal. Preservar a diversidade biológica é uma luta difícil conforme aumentam as necessidades da população mundial – de cerca de 7 bilhões de pessoas.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

FONTE: Texto do G1, enviado por ASCOM GTA.

Ato em solidariedade a Lucio Flavio Pinto lança dois abaixo-assinados

O auditório do Ministério Público em Belém foi pequeno para acolher jornalistas, estudantes, pesquisadores, professores universitários e profissionais liberais que reunidos na noite de ontem debateram a perseguição judicial que Lúcio Flávio Pinto, editor do independente Jornal Pessoal, vem sofrendo há mais de 20 anos. Dois abaixo-assinados pedindo a revisão do caso estão circulando na internet. Em fevereiro passado, o jornalista paraense teve seu recurso especial negado pelo Supremo Tribunal de Justiça, no processo que lhe é movido pela construtora C.R.Almeida. Em matéria escrita em 1999, ele chamou o empresário Cecílio do Rego Almeida de "pirata fundiário". Ao ter seu recuros negado, Lucio Flavio deverá pagar uma indenização à família do falecido Cecílio do Rêgo Almeida. Durante o Ato de Solidariedade foram lançados dois abaixo-assinados pela internet. Um destinado ao Conselho NAcional de Justiça (CNJ) e outro ao Poder Público pedindo a revisão do caso.

FONTE: ISA, Instituto Socioambiental

INEA promove mostra de produção de borracha

O Instituto de Estudos Integrados Cidadão da Amazônia - INEA realiza nesta sexta-feira (09) a I Mostra de Produção de lâminas e artesanatos de látex de seringueira da comunidade de Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós (Flona). O evento visa apresentar os primeiros resultados do projeto de apoio as práticas de extrativismo da seringueira e a fabricação de artefatos do látex. Na ocasião, os convidados conhecerão as atividades que foram realizadas no âmbito da proposta aplicada junto aos moradores, que previa a estruturação de um núcleo comunitário para beneficiar, armazenar e comercializar os produtos derivados da seringueira.

A ação implementada pelo INEA em Jamaraquá é apoiada pelo Projeto BR – 163 Floresta, Desenvolvimento e Participação, no âmbito do componente 2 do projeto, que prevê o apoio às iniciativas de produção sustentável. O componente 2 é executado pelo Departamento de Zoneamento Territorial da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente DZT/SEDR/MMA.

A Mostra de Produção de lâminas e artesanatos de látex da seringueira inicia às 09h30 no Barracão Comunitário da comunidade de Jamaraquá, na Flona do Tapajós, município de Belterra. O Projeto é financiado pela Comissão Européia - CE, tem apoio técnico e gestão financeira da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO e executado pelo Ministério do Meio Ambiente.

FONTE: Texto de Danielle Oliveira, disponível aqui

Consulta pública analisa regulamentação de reservas extrativistas

Lideranças dos povos e comunidades tradicionais e representantes do MMA e MDA vão definir, em consulta pública, o teor da proposta de decreto a ser enviada à Presidência da República
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Os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário reúnem, nesta semana, em Brasília, cerca de 50 representantes de reservas extrativistas e povos e comunidades tradicionais de todo o País. O encontro é para debater a regulamentação dessa categoria de unidade de conservação de uso sustentável e assistência técnica para atividades econômicas desenvolvidas nelas e no seu entorno.

Participam, também, do I Seminário de Assistência Técnica para Reservas Extrativistas e da consulta pública, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais. A análise da proposta de decreto de regulamentação está prevista para os dias 8 (quinta-feira) e 9 (sexta-feira).

A minuta foi elaborada por um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA com a participação de membros do MDA, ICMBio e do CNPCT. Após a aprovação do texto final, o documento será submetido a uma nova consulta, só que pela Internet, para depois será submetido à Casa Civil da Presidência.

FONTE: MMA

Três acusados da morte de casal de extrativistas vão a júri popular no Pará

Decisão do juiz Murilo Lemos Simão, de Marabá, foi anunciada na segunda-feira (5). José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foram mortos em maio de 2011.

Três acusados de envolvimento na mortes do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo vão a júri popular, de acordo com a decisão do juiz Murilo Lemos Simão, de Marabá (PA). O crime aconteceu em maio de 2011, em uma estrada de acesso ao assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna (PA). Cabe recurso.

Os réus são José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e também Alberto Lopes do Nascimento. Eles são acusados pelo duplo homicídio praticado contra os dois ambientalistas. De acordo com as investigações policiais, as vítimas foram mortas com tiros de cartucheira, que foram disparados por dois homens escondidos em uma tocaia ao lado de uma pequena ponte de madeira na estrada de terra do assentamento. José Cláudio e Maria estavam em uma motocicleta no momento em que foram atingidos. Parte de uma das orelhas dele chegou a ser cortada pelos assassinos.

No processo, consta que o motivo do crime teria sido uma disputa por terras na região. Segundo o Tribunal de Justiça do Pará, o acusado José Rodrigues havia comprado dois lotes de terra na área do projeto extrativista e que estava ocupado por pessoas que atuavam no projeto ambiental.

Na decisão, o juiz considerou que José Rodrigues “planejou, organizou e financiou o duplo homicídio”. No texto, o magistrado afirmou que Lindonjonson Silva Rocha, irmão do acusado, foi um dos executores do crime. Os dois serão julgados com os agravantes de o crime ter sido cometido por motivo fútil, por impedirem a defesa das vítimas e por terem utilizado meio cruel.

Para ler a matéria completa, clique aqui.

FONTE: Texto de Glauco Araújo para o G1, enviado por ASCOM GTA.

5 de mar. de 2012

Políticas de assistência técnica serão debatidas no seminário de Ater extrativista

Evento reunirá cerca de 80 extrativistas de reservas florestais, pesca marinha e de regiões ribeirinhas

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) promove em Brasília, entre os dias 5 e 7 de março, o primeiro seminário de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para extrativistas, que reunirá cerca de 80 extrativistas de reservas florestais, pesca marinha e de regiões ribeirinhas, além de técnicos de organizações não governamentais (ONGs) e das empresas de assistência técnica tural estaduais.

O seminário faz parte dos eventos que antecipam a primeira Conferência Nacional sobre Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (1ª CNATER), organizada pelo Conselho de Desenvolvimento Rural e Sustentável (Condraf) do MDA. Diferentemente das conferências regionais de Ater, o encontro temático não elegerá delegado ou representante para a Cnater, mas é um evento preparatório que tem o objetivo de ampliar a participação e aprofundar o processo de discussão das diretrizes relacionadas ao extrativismo para a Conferência Nacional.

De acordo com a técnica da Diretoria de Povos Tradicionais do MDA, Jeigiane Portela, os seminários temáticos como o de extrativistas buscam atender às especificidades de cada público para que se possa atender de forma mais objetiva às necessidades de cada um. “Estamos buscando construir diretrizes que respeitem e valorizem os povos extrativistas, a sua cultura e todo o cuidado que eles têm com a natureza”, afirmou.

A maioria dos extrativistas que virão ao encontro é da região Norte do país, principalmente da região Amazônica, além de representantes de outros biomas e das zonas costeiras e marinhas de todo o litoral brasileiro.

“É a primeira vez que participamos de um espaço de debate como esse. Este é um momento muito importante para nós porque vamos participar da discussão de política de Ater para que se considerem as especificidades, dos pescadores, marisqueiros, dos companheiros que trabalham o extrativismo na Floresta Amazônica, no cerrado, as quebradeiras de coco babaçu e também de outras regiões”, disse Carlos Alberto Santos, pescador da zona costeira da Bahia e integrante da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem).

1ª CNATER

A 1ª Conferência Nacional sobre Assistência Técnica e Extensão na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (1ª CNATER) acontece em um momento de intensas discussões e debates na sociedade civil e no governo acerca do papel da Ater na disponibilização de diferentes políticas públicas para a Agricultura Familiar e em como estruturar um serviço de Ater que seja efetivo para a promoção do desenvolvimento rural sustentável a partir dos princípios e objetivos da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER, institucionalizada na Lei 12.188 de 11 de janeiro de 2010, a Lei de Ater.

A construção da PNATER, com ampla participação social, a aprovação da Lei de Ater em 2010, e a inserção da Ater como serviço chave para a erradicação da pobreza extrema no campo, no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria, visam garantir que nos próximos anos todos os agricultores e agricultoras familiares do país tenham acesso a serviços públicos de Ater gratuitos e de qualidade, o que só será possível com o apoio e envolvimento das entidades governamentais e não governamentais de Ater, das representações da agricultura familiar, dos governos e da academia.

Assim, o tema “Ater para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária e o Desenvolvimento Sustentável do Brasil Rural” foi definido como o tema geral da Conferência, e que deve orientar os mais de 700 participantes dos governos e da sociedade civil.

A 1ª Conferência Nacional sobre Assistência Técnica e Extensão na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária será realizada de 23 a 26 de abril de 2012, em Brasília-DF.

FONTE: Enviado por Danilo Grapiúna, disponivel aqui.

MANIFESTO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DO CAMPO

As entidades: APIB, CÁRITAS, CIMI, CPT, CONTAG, FETRAF, MAB, MCP, MMC, MPA e MST, presentes no Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, realizado em Brasília, nos dias 27 e 28 de Fevereiro de 2012, deliberaram pela construção e realização de um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis.

Considerando:

1) O aprofundamento do capitalismo dependente no meio rural, baseado na expansão do agronegócio, produz impactos negativos na vida dos povos do campo, das florestas e das águas, impedindo o cumprimento da função socioambiental da terra e a realização da reforma agrária, promovendo a exclusão e a violência, impactando negativamente também nas cidades, agravando a dependência externa e a degradação dos recursos naturais (primarização).

2) O Brasil vive um processo de reprimarização da economia, baseada na produção e exportação de commodities agrícolas e não agrícolas (mineração), que é incapaz de financiar e promover um desenvolvimento sustentável e solidário e satisfazer as necessidades do povo brasileiro.

3) O Agronegócio representa um pacto de poder das classes sociais hegemônicas, com forte apoio do Estado Brasileiro, pautado na financeirização e na acumulação de capital, na mercantilização dos bens da natureza, gerando concentração e estrangeirização da terra, contaminação dos alimentos por agrotóxicos, destruição ambiental, exclusão e violência no campo, e a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais.

4) A crise atual é sistêmica e planetária e, em situações de crise, o capital busca saídas clássicas que afetam ainda mais os trabalhadores e trabalhadoras com o aumento da exploração da força de trabalho (inclusive com trabalho escravo), super exploração e concentração dos bens e recursos naturais (reprimarização), flexibilização de direitos e investimento em tecnologia excludente e predatória.

5) Na atual situação de crise, o Brasil, como um país rico em terra, água, bens naturais e biodiversidade, atrai o capital especulativo e agroexportador, acirrando os impactos negativos sobre os territórios e populações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas. Externamente, o Brasil pode se tornar alavanca do projeto neocolonizador, expandindo este modelo para outros países, especialmente na América Latina e África.

6) O pensamento neodesenvolvimentista centrado na produção e no lucro, defendido pela direita e por setores de esquerda, exclui e trata como empecilho povos indígenas, quilombolas e camponeses. A opção do governo brasileiro por um projeto neodesenvolvimentista, centrado em grandes projetos e na exportação de commodities, agrava a situação de exclusão e de violência. Consequentemente não atende as pautas estruturais e não coloca a reforma agrária no centro da agenda política, gerando forte insatisfação das organizações sociais do campo, apesar de pequenos avanços em questões periféricas.

Estas são as razões centrais que levaram as organizações sociais do campo a se unirem em um processo nacional de luta articulada. Mesmo reconhecendo a diversidade política, estas compreendem a importância da construção da unidade, feita sobre as bases da sabedoria, da maturidade e do respeito às diferenças, buscando conquistas concretas para os povos do campo, das florestas e das águas.

Neste sentido nós, organizações do campo, lutaremos por um desenvolvimento com sustentabilidade e focado na soberania alimentar e territorial, a partir de quatro eixos centrais:

a) Reforma Agrária ampla e de qualidade, garantia dos direitos territoriais dos povos indígenas e quilombolas e comunidades tradicionais: terra como meio de vida e afirmação da identidade sociocultural dos povos, combate à estrangeirização das terras e estabelecimento do limite de propriedade da terra no Brasil.

b) Desenvolvimento rural com distribuição de renda e riqueza e o fim das desigualdades;

c) Produção e acesso a alimentos saudáveis e conservação ambiental, estabelecendo processos que assegurem a transição para agroecológica.

d) Garantia e ampliação de direitos sociais e culturais que permitam a qualidade de vida, inclusive a sucessão rural e permanência da juventude no campo.

Este é um momento histórico, um espaço qualificado, com dirigentes das principais organizações do campo que esperam a adesão e o compromisso com este processo por outras entidades e movimentos sociais, setores do governo, parlamentares, personalidades e sociedade em geral, uma vez que a agenda que nos une é uma agenda de interesse de todos e todas.


FONTE: Enviado por ASCOM GTA.

2 de mar. de 2012

Concessão no Pará trará produção legal de madeira em Florestas Nacionais

Concessão estimulará manejo na região de influência da BR-163
Concessão estimulará manejo na região de influência da BR-163
Divulgação/SFB

Serviço Florestal cumpriu mais uma etapa para conceder 300 mil hectares na Flona do Amana, ao realizar as audiências públicas que precedem lançamento do edital

A concessão para a produção sustentável de madeira na Floresta Nacional (Flona) do Amana, situada no mosaico de unidades de conservação do eixo da BR-163, no oeste do Pará, deu mais um passo com a realização das audiências públicas com a população de Itaituba e de Jacareacanga.

Cerca de 130 pessoas das duas cidades, sedes dos municípios que abrigam a Flona, participaram das audiências entre os dias 31/01 e 02/02 para debater o edital preliminar de concessão, que permitirá a produção legal de madeira da Flona, o incremento da economia da região – que detém alguns dos indicadores socioeconômicos mais baixos do país –, e o combate à grilagem e ao desmatamento.

“O manejo florestal nas Florestas Nacionais da BR-163 gera empregos, oferta madeira legalizada e fortalece a economia dos municípios. Com isso, a sociedade não vê a unidade de conservação como empecilho e como área intocável”, afirma o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel.
As concessões florestais são a principal e mais importante forma de as florestas nacionais cumprirem os objetivos para os quais foram criadas, diz Hummel, e são um instrumento para evitar conflitos, exploração ilegal de madeira e todo tipo de invasão. “Temos ainda a obrigação de criar condições ideais para o funcionamento das concessões florestais, sem isso é difícil falar de uma economia florestal sustentável para a Amazônia e na efetividade das Florestas Nacionais”, afirma.

A previsão é de que os mais de 300 mil hectares que serão colocados sob concessão, em contratos de até 40 anos, gerem pagamentos em torno de R$ 4,6 milhões, ofertem cerca de 150 mil metros cúbicos de madeira por ano e gerem até 1.600 empregos diretos e indiretos.

Uso sustentável

 A Flona do Amana é uma das sete unidades de conservação criadas no oeste do Pará em 2006 com o objetivo de combater o desmatamento, que chegou a aumentar, na época, mais de 500% em determinadas áreas ao longo da BR-163 (Cuiabá – Santarém).

Com a concessão florestal, abriu-se a possibilidade de usar parte das áreas dessas unidades de conservação para a produção legal de madeira e assim contribuir para a melhora de indicadores socioambientais da região e para o uso da floresta de forma sustentável, com geração de emprego e renda.

Sem setores econômicos fortes, os dois municípios que abrigam a Flona registram baixos indicadores, como o PIB per capita, que em Itaituba situa-se abaixo da média estadual e nacional, sendo que Jacarecanga já registrou o menor PIB per capita entre os 5.564 municípios brasileiros.

O consultor técnico da Prefeitura de Itaituba, Jubal Cabral Filho, acredita que a concessão pode somar à economia local. “A gente acredita que vai valorizar ainda mais tudo que se tem por aqui”, diz.

Em Jacareacanga, que sobrevive do garimpo da exploração do ouro, a perspectiva é de mudanças. “Nós temos o início de uma pecuária, de uma agricultura, mas que ainda em nenhum momento satisfaz a necessidade da população. E a concessão florestal pode ser o segundo passo de muitos que essa região já deu. Essa exploração racional da floresta é para a gente um futuro maravilhoso”, diz o prefeito Raulien Queiroz.

As atividades de manejo na Flona passarão, primeiramente, pela abertura de uma licitação para concessão. Nas audiências públicas, a população apresentou sugestões para o edital de concessão e essas contribuições vão ajudar a compor o documento. Todas as proposições serão analisadas técnica e juridicamente.

As concessões no oeste do Pará incluem, além da Floresta Nacional do Amana, as flonas do Trairão, do Crepori e de Altamira.

FONTE: Assessoria de Comunicação SFB

Centro de Biotecnologia do Amazonas (CBA) chama atenção para descaso

Comum na Amazônia, a copaíba é um exemplo do imenso potencial da biodiversidade local que poderia, mas não vem sendo explorado. Cascas e óleo da árvore são bastante utilizados pela medicina popular, por sua eficácia no tratamento de inflamações, mas até agora o país não conseguiu agregar valor à sua utilização. Entre 1999 e 2009, o Brasil era o país com mais publicações sobre copaíba (76), mas sequer aparecia na lista dos que depositaram patentes sobre o insumo. No mesmo período, os EUA tinham registro de 17 patentes.

João Augusto Cabral, coordenador da área de produtos naturais do CBA: "Não conseguimos sequer emitir cheque"

Essa contradição é um dos muitos argumentos utilizados pelos cientistas e pesquisadores do Centro de Biotecnologia do Amazonas (CBA) para atrair olhares para o quadro da instituição, cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, por meio da inovação tecnológica.

Com 12 mil m2 de construção, 25 laboratórios bem equipados e uma qualificada equipe de cientistas e pesquisadores, o prédio é, há dez anos, o "elefante branco" da floresta. Sem definição de um modelo de gestão, o investimento de R$ 91 milhões feito em 2002 não passou, até agora, de sua fase de implantação. "Não conseguimos sequer emitir um cheque porque não temos CNPJ", diz João Augusto da Silva Cabral, coordenador da área de produtos naturais do CBA e responsável por quatro laboratórios criados para estudar espécies vegetais de interesse econômico.

Cabral é um dos 70 cientistas dos laboratórios que resistem, trabalhando como bolsista no CBA. Segundo ele, embora engessada, a instituição está preparada para coletar e receber amostras da biodiversidade, preparar, produzir, analisar e testá-las mediante demanda dos setores bioindustrial, agroindustrial, farmacêutico e cosmético. Mas não consegue avançar por falta de definição do modus operandi e por depender de fluxos irregulares de recursos.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, assegura que a situação do CBA vai mudar. "Temos orientação expressa da presidenta Dilma para dar prioridade ao centro, que é vital para potencializar novos polos na região", diz. De fato, a instituição foi criada para atuar em áreas pouco exploradas na Zona Franca de Manaus: cosméticos, bioterápicos (uso humano e animal), alimentos funcionais e nutracêuticos, energias alternativas e novos materiais, em parceria com os governos federal e estadual, institutos de pesquisa, universidades e empresas.

Atualmente, o CBA administra alguns projetos em parceria com empresas, estuda a utilização de insumos naturais e identifica oportunidades de utilização em produtos finais, como "Derris, Ryania e Quassia" na produção de inseticidas naturais, e de frutos com funções especiais (fenóis, polifenóis, probiótico) na fabricação de alimentos naturais. "Poderíamos fazer muito mais e mais rápido", diz Maria Luiza Ricart, coordenadora do núcleo de produção de extratos, das unidades pré-pilotos, que simulam a manipulação de cosméticos, medicamentos e alimentos funcionais, e da planta de processos industriais.

Uma das áreas do CBA que vem conseguindo responder à demanda interna e externa é a Central Analítica, formada por laboratórios de química analítica, espectroscopia, ressonância magnética, preparação de amostras e proteínas. As unidades realizaram no ano passado 1.452 análises, um número expressivo, mas que vem caindo desde 2008, ano em que o número de análises passou de 2.000, informa o coordenador da área, Massayoshi Yoshida.

Os integrantes do comitê interministerial responsável pela definição do modelo de gestão já foram designados, mas até agora o modelo não foi definido. A mais recente conquista do CBA, em 2011, foi a autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético de acesso ao patrimônio genético da Amazônia "com a finalidade de constituir e integrar coleção que visa a atividades com potencial de uso econômico, como a bioprospecção ou desenvolvimento tecnológico."

Enquanto essa estrutura não decola, projetos de empresas de TI ganham espaço. É o caso do Instituto Nokia de Tecnologia (INT), situado ao lado da fábrica da Nokia, em Manaus. Cerca de 300 pessoas trabalham no INT para desenvolver aplicações de serviços em telefonia móvel no Brasil. "O foco foi na área de pesquisa em mecânica", conta André Erthal,diretor técnico do INT. O instituto também se destaca no desenvolvimento de aplicativos para celulares.

FONTE: Valor Econômico.