28 de fev. de 2013

Seminário Agrocombustíveis, mercado de terras e povos tradicionais no Pará começou hoje em Belém


Moradores do PA Cristalino II, no Pará, debatem sobre sistema de gestão do assentamento

Moradores do Projeto de Assentamento (PA) Cristalino II mais uma vez mobilizaram-se e reuniram-se com técnicos e pesquisadores do IPAM para dar continuidades às atividades do Projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia. Nesta etapa, as atividades foram realizadas entre os dias 08 e 11 de janeiro, na região denominada Serra da Fumaça, localizada na porção leste do PA Cristalino II, no município paraense de Aveiro.No início da atividade, as lideranças sociais internas reuniram-se para refletir sobre a atual estrutura organizacional e gestão do desenvolvimento do assentamento.
 
O debate proporcionou o resgate da caracterização dos grupos sociais existentes em relação aos seus objetivos e papéis, as suas prioridades de atuação e as suas principais conquistas. Puderam, assim, identificar os pontos fortes e fracos da gestão do assentamento, e dentre os pontos a melhorar ficou evidente a necessidade da integração e cooperação dos trabalhos de interesse coletivo, e apropriação de conhecimentos sobre os processos das organizações.Durante esta atividade também foi realizada a segunda etapa do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) que, por meio do mapeamento participativo e do calendário sazonal foram levantadas e registradas informações.
 
O DRP é um processo que permite a produção e análise de informações com a participação efetiva das populações locais, subsidiando-as para continuarem debatendo e analisando sua realidade passada e presente com vista à construção do futuro desejado.Especificamente com o mapeamento participativo foram identificadas as atividades agropecuárias, tipo e beneficiários de crédito e assistência técnica, e ainda a identificação, localização e caracterização dos recursos florestais e hídricos. Durante a aplicação da ferramenta ficou claro que a principal forma de uso do solo no assentamento é a implantação de pastagem.

No calendário sazonal do assentamento foi possível perceber as principais atividades produtivas e suas respectivas etapas, os padrões e as flutuações periódicas do clima, do funcionamento da escola, as atividades florestais e de criação animal, as vacinações, a comercialização, dentre outros. Ao final dos trabalhos dos grupos os produtos gerados foram apresentados, ajustados e validados com a participação de todos.Posteriormente, foi construída a agenda de visitas e entrevistas às famílias, que consiste na aplicação de um questionário digital para idenficação e localização dos aspectos econômico, social e ambiental de cada família que vive no assentamento.
 
Essa atividade do DRP reuniu representantes de todas as regiões do assentamento e contou com a presença dos Secretários Municipais de Agricultura e de Meio Ambiente do município de Aveiro, que estiveram presentes a convite de lideranças. Na ocasião, os secretários afirmaram compromissos com os assentados e apresentaram interesse de apoiar o desenvolvimento do projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia no PA Cristalino II.A equipe do IPAM responsável pela atividade foi composta por Edimilson Cloth, Edivan Carvalho, Marcelo Neres e Rosana Giséle Costa, acrescida com a colaboração da Sra. Maria Pereira da Silva Kaiser, representante do Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, entidade integrante do grupo de sustentação local projeto.

FONTE: IPAM, disponível também no Blog do CODETER BR 163, aqui.

Ibama apreende 8 mil m3 de madeira ilegal no oeste do Pará

O Ibama apreendeu cerca de oito mil m³ de madeira ilegal (320 caminhões cheios), quatro motosserras, dois geradores e desativou cinco portos clandestinos de embarque de toras ao longo dos rios Curuatinga e Curuá-Una, a 170 km de Santarém, no oeste do Pará. Na ação – uma das primeiras investidas do instituto desde o início da Operação Onda Verde no estado, em fevereiro -, dezenas de acampamentos de madeireiros também foram localizados e desmontados no interior da floresta.

Esta é a segunda vez em pouco mais de três meses que o Ibama interrompe atividade madeireira irregular nas margens do Curuatinga. Em novembro de 2012, os agentes apreenderam 915 toras, dois tratores e um caminhão na região. “Estamos rastreando os destinos da madeira retirada do Curuatinga, os planos de manejo envolvidos nas fraudes que permitem que ela chegue ‘esquentada’ ao mercado de Belém e vamos responsabilizar as empresas que financiam todo esse crime ambiental”, explica o chefe da Fiscalização do Ibama em Santarém, o analista ambiental André Gustavo.

Desde o final do ano passado, agentes do Ibama monitoram de helicóptero o Curuatinga. Na semana passada (19/02), localizaram as novas áreas de estocagem repletas de toras. No mesmo momento que fiscais ocupavam a extração clandestina, destruíam os acampamentos e apreendiam o produto florestal irregular, dezenas de balsas vindas de Belém e dos municípios próximos à capital paraense subiam o rio vazias. “Elas seguiam em direção aos portos clandestinos para carregar as toras”, revela o analista ambiental Tiago Jara, que participou da ação. Como não havia flagrante, as balsas foram notificadas a deixar o local e não mais embarcar madeira no rio Curuatinga. “Não existem Planos de Manejo Florestais Sustentáveis aprovados nesta região, ou seja, qualquer madeira saída do Curuatinga é fruto de crime ambiental e será apreendida “.

Doação Sumária

Parte da madeira apreendida deverá ser doada de imediato à Defesa Civil do Pará, caso a entidade possa retirá-la da mata. O produto florestal que não sair da floresta, cujo acesso é difícil, permitindo sua doação a outras instituições sem fins lucrativos, será destruído pelo Ibama onde se encontra. “A medida é necessária para impedir que os infratores lucrem com o dano ao meio ambiente, porque as toras serão furtadas se ficarem sem vigilância”, explica o chefe da Fiscalização.

Sem trégua

A Onda Verde atua em regiões líderes nos índices de desmatamento ilegal na Amazônia Legal. No Pará, três helicópteros e cerca de 100 homens combatem a destruição ilegal da floresta amazônica em frentes montadas em Uruará, Anapu e Novo Progresso, no oeste do estado. A operação, que permanecerá todo o ano de 2013 em campo, conta com apoio do Batalhão de Polícia Ambiental do Pará, Ministério do Trabalho e Emprego e Força Nacional. Há mais quatro frentes de ação da Onda Verde, duas no Mato Grosso, uma no Amazonas e outra em Rondônia.

FONTE: Texto de Nelson Feitosa, Ascom Ibama/PA, fotos: Tiago Jara, publicado no site EcoDebate.

25 de fev. de 2013

Lideranças mundurukus não aceitam construção de hidrelétricas no Rio Tapajós


Representantes do povo Munduruku
Representantes do povo Munduruku (Priscila Ferreira / Portal EBC)

Preocupados com o impacto de novas usinas hidrelétricas no Rio Tapajós, na região amazônica, líderes indígenas das comunidades mundurukus do Pará e Mato Grosso disseram a representantes do governo federal que farão de tudo para impedir que os empreendimentos – em fase de estudos – sejam levados adiante.
Os índios prometeram se unir a outros segmentos, como populações ribeirinhas e organizações não governamentais (ONGs), para inviabilizar as obras do chamado Complexo Tapajós.
Lideranças mundurukus dos dois estados passaram a semana em Brasília, onde se reuniram com os ministros da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; da Justiça, José Eduardo Cardozo; e de Minas e Energia, Edison Lobão, além da presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo.
O grupo viajou à capital federal para exigir a apuração da morte do índio Adenilson Munduruku, ocorrida em novembro de 2012, durante a Operação Eldorado, da Polícia Federal, e para cobrar solução para problemas na saúde, educação e infraestrutura das terras indígenas.
Na sexta (22), às vésperas de retornarem a suas aldeias, os líderes disseram à Agência Brasil que estão decepcionados. Segundo queixa de Valdenir Munduruku, da Aldeia Teles Pires, em Jacareacanga (PA), os ministros e técnicos do governo federal só demonstravam disposição durante as reuniões para discutir a construção das hidrelétricas e o aproveitamento do potencial hídrico do Rio Tapajós.
“Não viemos a Brasília falar disso. Não há o que conversar sobre a construção de usinas em terras indígenas. Somos contra e queremos a paralisação imediata dos estudos que estão sendo feitos na região”, declarou Valdenir. Ele lembrou que a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, determina que as comunidades indígenas sejam consultadas previamente em caso de empreendimentos que afetem seus territórios.
Apesar disso, na quinta-feira (21), a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, coordenadora da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, lembrou ao grupo que, embora as comunidades indígenas precisem ser ouvidas, inclusive durante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), elas não têm o poder de vetar os empreendimentos.
Valdenir foi taxativo ao dizer que a viagem a Brasília não valeu à pena, já que, segundo ele, nenhum representante do governo assumiu qualquer compromisso de atender às reivindicações do grupo – entre elas o esclarecimento da morte de Adenilson e o pedido de reparação pelos danos causados à comunidade durante a operação da Polícia Federal.
Segundo a assessoria, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão garantiu aos líderes mundurukus, na última quarta-feira (20), que o aproveitamento hidrelétrico do Rio Tapajós “será um modelo para o mundo em termos de preservação do meio ambiente e de respeito aos povos indígenas”. Ainda de acordo com a assessoria, Lobão destacou a necessidade das hidrelétricas para o país e garantiu que, graças à tecnologia empregada, os empreendimentos causarão um impacto mínimo.
FONTE: Edição: Davi Oliveira, Reportagem de Alex Rodrigues, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 25/02/2013, disponível aqui. 

19 de fev. de 2013

Ribeirinhos e agricultores transformam riquezas da Amazônia de maneira sustentável

O uso caseiro dos óleos da floresta é uma tradição e uma riqueza cultural que atravessou os séculos e permanece viva em toda a região
Ribeirinhos e agricultores da Amazônia estão aproveitando as riquezas da floresta de maneira sustentável. São árvores sementes, frutos e folhas que se transformam em perfumes, produtos de beleza. Além de melhorar a renda das famílias, a atividade ajuda a preservar a floresta. Matéria do Globo Natureza, socializada pelo Jornal da Ciência / SBPC, JC e-mail 4666.
A viagem em busca dos óleos da floresta começa em um dos cenários mais bonitos da Amazônia, no município de Santarém, no estado do Pará. A cidade charmosa, com fachadas antigas, foi construída às margens de dois rios. De um lado, vem o Amazonas, com seu leito barrento, e, de outro, o Tapajós, em tons de azul. O encontro das águas é um espetáculo grandioso.
O mercado municipal de Santarém funciona todos os dias e atrai milhares de compradores e comerciantes que chegam de todos os pontos da região. Por estar em um lugar estratégico, no encontro do rio Amazonas com o Tapajós, é um dos mais ricos e mais completos da Amazônia.
Tem de tudo. Pimentas coloridas e peixes, camarão de água doce e artesanato, farinhas, frutas nativas. Entre os destaques do mercado estão também os óleos da floresta.
Manoel da Silva, conhecido como “Raizeiro Boa Sorte” é um especialista. Ele vende o óleo de andiroba, usado como anti-inflamatório e repelente de insetos. O de pau rosa é utilizado tradicionalmente como perfume. Um dos mais vendidos é o óleo de copaíba, que “serve pra muitos tipos de doença”, diz o especialista.
Esse uso caseiro dos óleos da floresta é uma tradição que atravessou os séculos na Amazônia. Uma riqueza cultural, que permanece viva em toda a região. De uns anos pra cá, muitos desses produtos começaram a conquistar também compradores maiores: são indústrias que utilizam os óleos como ingredientes para fabricação de perfumes, xampus, sabonetes, hidratantes.
A nova fase deu impulso a uma série de projetos que estão melhorando a qualidade de vida de milhares de famílias da região. No município de Manicoré, estado do Amazonas, uma comunidade rural trabalha com o óleo de copaíba.
Formada por sítios pequenos, a comunidade de Lago do Atininga reúne 140 famílias de ribeirinhos. O lugarejo conta com luz elétrica, que foi instalada recentemente. Tem igreja e escolinha para as crianças mais novas.Os moradores se dedicam a pesca artesanal e tocam pequenas lavouras de mandioca. A raiz serve pra fazer farinha, beiju e outros derivados.
A principal fonte de renda da comunidade é o extrativismo: o uso sustentável dos recursos da floresta. Baseadas num conhecimento tradicional, as famílias daqui exploram três produtos diferentes.
O primeiro é a castanha, fruto de uma das árvores mais altas da Amazônia, a castanheira. O produto se desenvolve no topo, dentro de ouriços redondos. Os ribeirinhos também coletam o látex, usado na produção de borracha. A resina é extraída com a sangria das seringueiras nativas. A atividade que vem mais crescendo nos últimos anos é extração do óleo de copaíba. A coleta ocorre o ano todo em lugares distantes, na mata.
A tarefa é difícil e, às vezes, até perigosa: entrar na floresta fechada em busca das copaibeiras – as árvores que produzem o óleo. O que chama a atenção é a diversidade de plantas numa área de mata primária, numa das regiões mais preservadas da Amazônia. O trabalho com copaíba exige resistência. Isso porque as copaibeiras costumam ficar espalhadas na imensidão da floresta – distantes umas das outras.
Estudos indicam que uma copaibeira chega a viver mais de 300 anos na floresta. Existem várias espécies no Brasil. Na Amazônia, a mais comum é a Copaifera multijuga, também conhecida como copal e pau de óleo.
Formado por muitas substâncias, o produto é eficiente no combate a germes e tem qualidades aromáticas. Por isso, entra na fabricação sabonetes, xampus, cremes, perfumes.
O manejo, feito com cuidado,não prejudica a saúde da árvore. Em cerca de um ano, a copaibeira recupera o mesmo volume de óleo. Com o serviço terminado, os produtores fecham o furo com um pedaço de madeira. Num dia de floresta, eles exploram entre 15 e 20 copaibeiras.
Apesar de ser tradicional, essa atividade só começou a ganhar fôlego nos últimos anos. Foi quando os ribeirinhos fundaram uma cooperativa e firmaram contrato com uma indústria de cosméticos – que passou a comprar o óleo de maneira regular.
Nessa fase, os produtores receberam assistência técnica e apoio de entidades como a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, do governo estadual. Atualmente, toda produção de óleo é levada para o galpão da cooperativa, em Manicoré.
Assim que chega, o produto é pesado, coado e o pagamento é feito na hora, em dinheiro vivo. Para cada quilo de óleo o produtor recebe R$ 17.
A coleta da copaíba faz parte do dia-a-dia de quarenta cooperados. Em 2012, a venda do óleo gerou uma receita de R$ 1.200 para cada um. Um dinheiro extra, que complementa o rendimento de atividades consagradas como castanha e borracha.

FONTE: Texto publicado no Portal EcoDebate, 19/02/2013.

8 de fev. de 2013

Flona no Pará seleciona Engenheiro Florestal

A Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Pará, lançou edital para a contratação de um engenheiro florestal. O profissional deverá planejar, elaborar, executar e coordenar o plano de manejo florestal comunitário (madeireiro e não madeireiro) e o viveiro florestal da cooperativa mista da Flona.
Para concorrer, é preciso ser graduado em engenharia florestal, ter noções de cooperativismo e associativismo e do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), conhecer práticas de manejo florestal comunitário, em especial no âmbito do ICMBio, e entender de produção de mudas em viveiros florestais e geoprocessamento.
A seleção levará em conta, também, conhecimentos intermediários de língua inglesa e interesse do candidato em viver experiência profissional na região amazônica, em pesquisa cientifica e em cadeias produtivas de produtos florestais não madeireiros. Por fim, os interessados na vaga devem possuir o registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e estar habilitados a conduzir veículos das categorias A e B.
O processo seletivo será divido em três etapas – análise de currículo, prova escrita e prova oral. Todas as etapas poderão ser realizadas à distância. Os currículos devem ser enviados até o dia 24 de fevereiro de 2013, apenas por meio digital, para os e-mails flonatapajo.pa@icmbio.gov.br O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. , com cópia para fabio.carvalho@icmbio.gov.br O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e darlison.andrade@icmbio.gov.br O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. , em formado PDF ou digitalizado. Não serão aceitos materiais impressos.

Serviço:
Para ter acesso à íntegra do edital, clique aqui.

FONTE: Comunicação ICMBio