11 de dez. de 2014

SFB apoia criação de rede de comercialização no Pará

O Serviço Florestal Brasileiro está apoiando a criação de uma rede de comercialização nos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, no oeste do Pará. A rede Três Rios, batizada em referência aos principais rios da região, Tapajós, Arapiuns e Amazonas, é formada por cooperativas de moradores da Floresta Nacional Tapajós, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e do Assentamento Agroextrativista Lago Grande.

O projeto, que foi iniciado em março de 2014, busca fortalecer empreendimentos de base comunitária e fomentar cadeias produtivas de produtos florestais não-madeireiros e do agroextrativismo. A partir da realização de uma série de diagnósticos e oficinas de planejamento participativo, foi elaborado um Modelo de Comercialização em Rede e um Plano Estratégico de Implementação. A iniciativa também capacitou 15 agentes comunitários de comercialização.

A rede Três Rios contempla cerca de 20.000 famílias, reunidas em cinco organizações comunitárias: a Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona), a Federação da Flona Tapajós, a Associação Tapajoara, Federação das Associações de Moradores e Comunidades da Geba Lago Grande (Feagle) e a Cooperativa dos Trabalhadores Agroextrativistas do Oeste do Pará (Acoosper).

Produtos

Durante o processo de planejamento, os participantes decidiram priorizar a comercialização de três produtos: o látex, a farinha de mandioca e os artesanatos feitos com materiais da floresta, como biojóias, cestaria de palha, objetos de madeira e produtos de borracha vegetal. A escolha dos produtos levou em consideração a viabilidade financeira da comercialização, a existência de uma estrutura produtiva instalada e o fato dos produtos serem produzidos e comercializados pelos três territórios.

De acordo com Lia Mendes, analista ambiental do SFB que acompanha o projeto juntamente com a equipe técnica da unidade regional BR-163, ao trabalhar em rede, os pequenos empreendedores aprimoram o processo produtivo e conseguem acessar mercados mais exigentes, obtendo melhores condições para a comercialização dos produtos. Outro ponto detectado foi a necessidade de garantir o acesso desses empreendedores às políticas públicas existentes.

“Percebemos que a viabilidade das cadeias do látex e da farinha de mandioca, por exemplo, dependia do acesso às políticas públicas que garantem o pagamento de um preço mínimo de venda, no caso do látex, e o acesso aos mercados dos programas governamentais de aquisição de alimentos e de alimentação escolar, no caso da mandioca”, explicou.

A analista contou ainda que o próximo passo do projeto é consolidar a abertura e viabilizar a gestão compartilhada de duas lojas para a venda dos produtos, sendo uma na sede de Santarém e outra no Centro de Atendimento ao Turista de Alter do Chão.

Futuro

Devido à boa receptividade e resultados já alcançados, o SFB prevê manter o projeto e realizar no próximo ano capacitações em temas como boas práticas de manejo florestal, gestão de empreendimentos comunitários e estratégias para a comercialização de produtos florestais e do agroextrativismo.

FONTE: ASCOM Serviço Florestal Brasileiro.

9 de dez. de 2014

Escritor de Sinop lança livro com contos de terror e road story


Muitos escritores consagrados e bem sucedidos são o ponto de partida para que outros escritores despertem para a profissão. Seja através de um livro ou de uma adaptação cinematográfica, jovens do mundo inteiro ficam com algumas histórias gravadas na mente, sem conseguir, no entanto, somente deixá-las na lembrança. Para alguns, é preciso ir além.

Este é de Klaus Henrique Santos, morador de Sinop, interior de Mato Grosso. O jovem começou a faculdade de direito e letras, embora tenha largado ambas em favor de uma graduação em jornalismo. Mas é na literatura que Klaus encontra seu espaço.

Recentemente, o estudante lançou seu segundo livro pela Lei de Incentivo a Cultura. O “Enfim, a estrada!” é uma reunião de contos que nasceram em um blog. Há cerca de dois anos, Klaus adorava o filme “Cristine”, baseado na obra do escritor Stephen King. Quando o filme parou de ser transmitido por canais abertos, Klaus sentiu a necessidade de, de alguma forma, dar continuidade à obra.

Então, inspirado em “Cristine” e no filme “O retorno dos mortos vivos”, Klaus criou o blog “Páginas da Escuridão”, um local para reunir seus trabalhos “Era uma forma prática de divulgar o que eu escrevia, sem custos para o leitor e para o escritor”, disse ao Olhar Conceito.

“E se Sal Paradise encontrasse o Dr. Frankenstein e Jack Estripador? Depois de suas ‘Páginas da Escuridão’, Klaus Henrique Santos reúne, nesta nova coletânea de quatro contos, a ficção de horror com a road story, prestando tributo, não apenas a seu ídolo e mestre Stephen King, mas também aos beatniks e malditos Kerouac e Bukowski. Quem já conhece o suspense de Klaus vai outra vez tomar bons sustos e fundir a cuca com histórias ágeis e tramas que enredam e fragmentam a realidade e ficção”, escreve Santiago Villela Marques no prefácio do livro.

Atualmente, Klaus trabalha em seu terceiro livro de contos, chamado “Horror e realidade”. A nova obra será constituída de contos e hai-kais reflexivos no estilo Bukowski.

FONTE: Olhar Direto.

8 de dez. de 2014

Na Amazônia a floresta em pé tem maior potencial de gerar recursos que pecuária e madeira

Cidades do Noroeste do Mato Grosso localizadas no chamado “arco do desmatamento” podem arrecadar mais recursos para seus cofres públicos com manutenção da floresta em pé do que com atividades como criação de gado e extração de madeira. Essa é a conclusão de um estudo realizado no âmbito do projeto PolicyMix, que reúne instituições de pesquisa brasileiras e internacionais na formulação de ações que unam geração de renda com conservação.

Realizado em duas cidades que hoje figuram na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de maiores desmatadores da Amazônia – Cotriguaçu e Juína - o trabalho mostrou que a soma do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadado por áreas protegidas (por meio do chamado ICMS-Ecológico) é maior do que o gerado por atividades como a pecuária e a madeira, em ambos os municípios.

 Em Cotriguaçu, cidade que possui 32,7 % de seu território em áreas protegidas, o ICMS Ecológico rendeu ao município cerca de R$ 1,3 milhão, enquanto a pecuária e a extração de madeira foram responsáveis por arrecadar pouco mais de R$ 861 mil. Já em Juína, que possui 61,7% de suas terras em Unidades de Conservação e Terras Indígenas, a arrecadação do ICMS- Ecológico chegou a R$ 2,78 milhões, enquanto a pecuária e a madeira geraram apenas R$ 2,04 milhões.

Os resultados alcançados, segundo os autores da pesquisa, significam que manter a floresta em pé pode ser um bom negócio, ainda mais se os recursos forem aplicados em projetos que ajudem proprietários rurais na adequação às leis ambientais – o que tiraria os municípios da lista do MMA, viabilizando o retorno da concessão de crédito– e na criação de novas áreas.

"O trabalho deixa claro quais são as opções para o direcionamento da receita dos municípios estudados e o potencial da preservação para o desenvolvimento local", diz Peter May, professor da UFRRJ e responsável pelo projeto no Mato Grosso.

O estudo, intitulado “A eficácia e equidade do ICMS Ecológico como um instrumento de transferência fiscal para a conservação da biodiversidade: A experiência vivida por dois municípios no Estado de Mato Grosso”, envolveu pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, com sede em Londres, e da Organização Não Governamental Instituto Centro de Vida (ICV).

FONTE: CicloVivo.