31 de jan. de 2015

O Pará mais violento - Texto de Lúcio Flávio Pinto

Altamira é a sede da mais cara obra em andamento do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC do governo federal: é a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no valor de 30 bilhões de reais. Mas é também o terceiro município no qual os jovens estão mais expostos à violência e à desigualdade no Brasil. O dado, divulgado agora, é de 2012. Presume-se que o incremento das obras da usina tenha agravado ainda mais a situação daquele que já foi o maior município do mundo em extensão territorial.

Marabá pretende ser a capital de um novo Estado, no sul do Pará, o de Carajás, mas é o 4º município no qual é muito grave a vulnerabilidade juvenil à violência, segundo o estudo realizado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Parauapebas é o município que mais exporta no Brasil e o que fornece mais divisas líquidas ao país, graças à extração do minério de ferro da jazida de Carajás. E é o 6º dos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes com Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência mais altos.

Depois deles, que se caracterizam pelas frentes econômicas pioneiras que avançam pelo interior do Estado, principalmente através da mineração (que responde por um terço do PIB estadual), há mais três municípios paraenses no ranking dos mais graves, todos agrupados na área metropolitana de Belém: Marituba, em 10º lugar, Ananindeua, em 13º, e Belém, em 18º, a segunda dentre as capitais do país.

Do Pará, portanto, são seis desses municípios em que a juventude está ameaçada pela violência e pelas desigualdades sociais. O IVJV do Estado cresceu 1,3% entre 2007 e 2012. O Pará e a Bahia, na mesma condição, detêm 12 desses 20 municípios mais desfavoráveis aos jovens. O índice mede a exposição da população entre 12 e 29 anos aos riscos de serem vítimas da violência a partir de certas variáveis identificadas em estatísticas criminais, como indicadores de homicídios, e sociais, como a permanência na escola ou a inserção no mercado de trabalho.

Marituba está entre seis dos 10 municípios brasileiros com mais altos índices em que o Indicador de Mortalidade por Homicídio apresenta o valor mais alto dentre os indicadores que compõem o índice geral. Já para Altamira, Marabá e Parauapebas, o Indicador de Pobreza é o mais agravado. Ananindeua se encontra entre os 12 municípios nos quais ocorrem os 12 piores índices de homicídios. Para Belém, pesa mais a vulnerabilidade ao Indicador de Pobreza.

Os dados da pesquisa foram atualizados em 2014 para incluir a desigualdade racial. Com essa incorporação, o risco de os adolescentes e jovens de 12 anos a 29 anos sofrerem violência aumentou. No Brasil, os jovens negros têm 2,6 mais chances de morrer do que os brancos. No Pará, essa correlação é de 3,6 jovens negros com mais chances de morrer que brancos. Por isso, o Estado paraense aparece na 10ª posição no ranking de violência e desigualdade. A Paraíba, onde, a chance de o jovem negro morrer violentamente, assassinado ou em acidentes de trânsito é 13,4 vezes maior do que a do jovem branco, está no topo do ranking.

Se este é o Pará que tem a juventude, qual será o Pará do futuro que construímos neste momento?

FONTE: Lúcio Flávio Pinto.

Novo plano de manejo da FLONA Tapajós vai proibir extração de madeira por empresas

Equipe do ICMBio  que coordena as açòes

Para ler o texto completo, clique aqui: http://www.oestadonet.com.br/index.php/meio-ambiente/item/6392-novo-plano-de-manejo-da-flona-tapajos-vai-proibir-extracao-de-madeira-por-empresas

30 de jan. de 2015

Mundurkus em audiência no auditório do Palácio do Planalto, para entrega do Protocolo sobre Consulta Prévia, Livre e Bem Informada. Sawee


Delegação de 30 lideranças do povo Munduruku, chegou a Brasília na quarta-feira (28). 

Querem conversar com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da Presidência da República, exigindo uma resposta concreta com relação a seus direitos básicos, às terras, aos recursos hídricos e tudo que pretende ameaçar seus direitos, sua autonomia e seus recursos naturais.

Querem saber o que efetivamente o governo irá fazer para impedir retrocessos como a aprovação da PEC 215, o PL 1610 e outros tantos projetos ameaçadores à vida dos povos originários deste país. Essas e outras questões mais específicas relacionadas à construção de hidrelétricas em território Munduruku, no médio e alto Tapajós.

Em debate na Funai nesta quinta-feira (29), ressaltaram que não abrem mão de ter uma escola diferenciada conforme a vontade do povo. Que as escolas profissionalizantes, de nível médio, funcionem efetivamente e que as atividades se dêem nas aldeias, e não nas cidades da região.

Na discussão sobre uma possível Universidade Intercultural do Tapajós, foi sugerido o intercâmbio com experiências nessa perspectiva já em curso no país e a criação de um Instituto que viabilize um processo nas perspectivas desejadas.

Quanto aos diversos problemas e desafios que enfrentam no dia a dia nas aldeias foram sugeridos alguns encaminhamentos.

Para saber mais, clique aqui.

FONTE: CIMI e Marquinhos Mota.