16 de mai. de 2016

Lei da Biodiversidade é regulamentada

Decreto é fruto de ampla participação de órgãos do governo, povos e comunidades tradicionais, setor privado e sociedade civil

A Lei de Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade está regulamentada. O Diário Oficial da União publica, no dia 12/05, decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e os ministros de estado da Justiça, Eugênio de Aragão, da Agricultura, Kátia Abreu, da Indústria e Comércio, Fernando Furlan, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. O documento foi construído ao longo de um ano, passou por consulta pública e é fruto de entendimentos com todos os setores envolvidos.

Além das pastas que assinam o decreto, os  povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares, academia e representantes do setor privado participaram de sua concepção. O esforço exigiu reuniões quase diárias, oficinas com povos e comunidades em todas as regiões do país e reflete o melhor consenso possível, dada a complexidade do tema e a pluralidade dos setores envolvidos.

O governo federal buscou compatibilizar o acesso desburocratizado à biodiversidade, sua pesquisa e exploração econômica, com a garantia da repartição dos benefícios gerados e dos direitos de povos e comunidades.  O decreto regulamenta o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, define sua estrutura, estabelece regras para o acesso à biodiversidade e repartição de benefícios, além de definir infrações e sanções administrativas.

FONTE: Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)

Foram criadas cinco unidades de conservação e a Flona Amana, já existente, foi ampliada

Foto: Ricardo Jerozolimski/ ICMBio.
Foram criadas a Área de Proteção Ambiental (APA) Campos de Manicoré, a Reserva Biológica (Rebio) Manicoré, o Parque Nacional (Parna) do Acari e as Florestas Nacionais (Flona) do Aripuanã e de Urupadi. Já a Flona Amana teve a sua área ampliada. Todas elas ficam no Amazonas e, juntas, ocupam área maior do que estado de Alagoas.

As UCs foram estabelecidas a partir de estudos feitos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do Ministério do Meio Ambiente e financiados pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Situadas ao sul do Amazonas, na bacia do Rio Madeira, as áreas enfrentam muitas pressões e, agora, passarão a permitir o incremento da economia local baseado no manejo florestal sustentável. Parte delas também possibilitará o desenvolvimento do ecoturismo em razão das belezas naturais (Clique aqui para ler o resumo dos estudos feitos pelo ICMBio).

Com a maior área entre as novas unidades criadas, o Parque Nacional do Acari garantirá a proteção integral de 896 mil hectares de Floresta Amazônica. O objetivo é preservar o ecossistema, contribuir para a estabilidade ambiental e desenvolver atividades de recreação e educação em contato com a natureza local. A área registra a presença de espécies ameaçadas de extinção e tem fauna silvestre abundante, com mais de 150 espécies de mamíferos e mais de 600 de aves.

Os estudos revelam que a região da Flona do Aripuanã apresenta extrema riqueza biológica e consequente potencial científico. Nos últimos dez anos, foram descobertas pelo menos três espécies de primatas e duas de aves. Além do desenvolvimento de pesquisas, a criação da floresta nacional garantirá a permanência de povos tradicionais, a manutenção dos recursos hídricos e da biodiversidade e o manejo sustentável.

Na mesma região, ao norte da BR-230, a Flona do Urupadi promoverá o uso sustentável dos recursos naturais. A criação da floresta nacional proporcionará maior segurança para a Estação Ecológica (Esec) Alto Maués e contribuirá para a conservação de primatas que vivem na área. Esse conjunto de unidades de conservação das redondezas incrementará a economia de base florestal na região.

A Flona do Amana teve o acréscimo de 141 mil hectares. A ampliação permitirá a manutenção e proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade aliado ao manejo sustentável dos recursos madeireiros e não-madeireiros da região. Assim, será assegurada a conectividade dos ecossistema locais já que essa é uma área isolada em meio a um conjunto de unidades de conservação já existentes, o que representava um potencial foco de pressão.

Complementares, a Área de Proteção Ambiental (APA) Campos de Manicoré e a Reserva Biológica (Rebio) Manicoré protegerão a diversidade biológica da região. O ecossistema local é considerado frágil e não estava representado em qualquer unidade de conservação federal. Na APA, será disciplinado o processo de ocupação em acordo com a conservação ambiental. Já a Rebio possibilitar a proteção de parte dos rios Manicoré, Manicorezinho, Jatuarana e seus afluentes.


FONTE: ICMBio.

Aberta chamada do Ater Mais Gestão para contratação de entidades

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) abriu prazo de 30 dias para participação na Chamada Pública do Programa Ater Mais Gestão para seleção de instituições públicas ou privadas prestadoras de serviços de assistência técnica e extensão rural, previamente credenciadas no Sistema de Ater Pública (Siater). O aviso foi publicado hoje (12) no Diário Oficial da União.

Os serviços de Ater, a serem contratados pelo período de três anos, somam investimentos da ordem de R$ 208 milhões, e beneficiarão 930 cooperativas ou associações da agricultura familiar que pautam a qualificação da gestão e o apoio ao fortalecimento e à inserção de organizações econômicas nos mercados institucionais (públicos e privados). A Chamada Pública abrange todos os estados e está dividida em 37 lotes.

O Ater Mais Gestão é um dos eixos estratégicos do Programa Nacional de Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo Solidário da Agricultura Familiar e da Reforma Agrária (Cooperaf). A primeira e última Chamada Pública do Mais Gestão atendeu 471 empreendimentos da agricultura familiar, com prestação de serviços de 12 instituições de Ater, entre 2012 e 2015. O investimento foi de R$ 57 milhões.

FONTE; MDA.

Hospital Regional de Santarém está entre o 10 melhores do Brasil segundo a Organização Nacional de Acreditação


Dos 2.987 ‘hospitais públicos’ que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, apenas 10 se destacam por oferecer um elevado padrão de atendimento à população chancelado pelo certificado de excelência concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Há quase duas décadas, a organização verifica a qualidade em todas as áreas de atividade dos hospitais, como infraestrutura, internação, controle de infecções, higienização e outros processos focados na assistência dos pacientes.

A acreditação ONA é válida por três anos e é de caráter voluntário. Os hospitais que querem se tornar referência no setor de saúde recebem instituições especializadas para medir o nível do serviço prestado. No decorrer das visitas – que podem durar até três dias –  e análise de documentos, os avaliadores verificam mais de 1,7 mil itens antes de outorgar a certificação. A lista dos 10 hospitais públicos já acreditados abrange unidades de 12 estados brasileiros – metade delas está localizada só no estado de São Paulo.

FONTE: Blog Augusto Alves.

Pesquisadores analisam produtividade de andiroba em comunidades tradicionais do Amazonas

Conhecido pelos seus benefícios medicinais, o óleo de andiroba e é comumente utilizado no Brasil e, especialmente, no Amazonas, estado onde há abundância desse recurso.  Mas, no uso cotidiano, poucas pessoas têm conhecimento sobre o trabalho para extração do óleo e sobre a produtividade das árvores nas extensas florestas amazônicas. Buscando compreender alguns desses aspectos, o Grupo de Pesquisa em Ecologia Florestal e a equipe do Programa de Manejo Florestal Comunitário do Instituto Mamirauá realizam pesquisa científica nas Reservas Amanã e Mamirauá.

A pesquisa com andiroba entrou na sua segunda fase, para avaliação da produtividade desementes por árvore. Na primeira etapa, foram inventariadas e marcadas as andirobeiras localizadas em áreas indicadas pelos moradores de comunidades tradicionais das Reservas. Entre essas, foram escolhidas 12 para instalação de redes para a  coleta das sementes. As redes foram instaladas abaixo da copa dessas árvores, para reter as sementes que caírem. A estratégia de coleta foi desenvolvida como uma alternativa para o período da cheia, em que as sementes se dispersam pela área de alagação.

A engenheira florestal e pesquisadora do Instituto Mamirauá, Emanuelle Pinto, ressalta que será seguida uma mesma metodologia para a coleta das sementes nos períodos da seca e da cheia. Foram instaladas redes com 30m², abaixo da copa das árvores. O monitoramento e coleta das sementes já iniciou e será feito quinzenalmente, entre janeiro e agosto deste ano, período de frutificação da espécie na região. Durante a instalação das redes, também foi coletado material botânico fértil, ou seja, amostras com flor ou fruto das árvores, para identificação da espécie em laboratório. Emanuelle cita que, “na literarura, há conhecimento sobre a ocorrência de três espécies de andiroba na região da Amazônia”.

O inventário foi realizado durante a última temporada de seca, em 2015. Na Reserva Amanã, foram inventariadas áreas em quatro comunidades e, na Reserva Mamirauá, áreas de duas comunidades. Emanuelle destaca que foram escolhidas áreas de acordo com o potencial produtivo, considerando o tamanho das áreas e a quantidade de árvores, e também o envolvimento e o conhecimento da atividade pelos moradores da comunidade.

A extração do óleo de andiroba não é uma tarefa fácil. Exige muito esforço e leva dias para se obter um bom resultado. Em conjunto com a equipe do Programa Qualidade de Vida, também do Instituto Mamirauá, será desenvolvida uma máquina para extração do óleo de andiroba, visando apresentar uma tecnologia eficiente e que poupe tempo e energia para a realização da atividade pelos comunitários.

“Existem vários tipos de máquinas de prensagem no mercado, mas, o que a gente está tentando fazer é uma máquina que seja viável e de fácil replicação, para as comunidades que têm interesse. Por isso, não vai ser uma usina ou uma grande máquina. Nossa ideia é fazer algo que seja acessível, mesmo que em pequena escala”, reforçou a pesquisadora.

De acordo com Emanuelle, a equipe está estudando outras inciativas, visando desenvolver ou adaptar uma tecnologia que será utilizada para secagem, trituração e prensagem da semente, para extração do óleo. “Essa vai ser uma experimentação que a gente vai testar no Instituto durante este ano. Para que, no ano que vem, a gente consiga instalar uma máquina em uma comunidade da região”, explicou. Após a experimentação da máquina, a equipe vai fazer a análise química do óleo, buscando identificar a metodologia que vai garantir melhor qualidade do óleo, por exemplo, garantindo que tenho um pH menos ácido, e também melhor rendimento. Também é proposta do projeto a realização de uma capacitação com os comunitários da região que tiverem interesse na atividade.

A pesquisadora destaca a importância de aliar pesquisa e manejo. “Preciso saber como se comporta ecologicamente a espécie para poder manejar, eu só uso se souber como ela se comporta, para que ela não se extingue, não finde. O manejo significa manutenção, gerenciamento do recurso”, completou. 

Para ler o texto completo, clique aqui. 

FONTE: Instituto Mamirauá.

6 de mai. de 2016

Estudante do Pará vai representar o Brasil em etapa internacional de concurso de cartas da ONU

Laryssa vai representar o Brasil na etapa internacional do concurso promovido pela União Posta Universal (UPU) das Nações Unidas. Foto: Correios
A vencedora nacional do Concurso Internacional de Redação de Cartas deste ano – promovido pela União Postal Universal (UPU) e realizado no Brasil pelos Correios – é do Pará. Laryssa da Silva Pinto, de Oriximiná, a cerca de 1.800 km de Belém, foi a campeã da 45ª edição da competição. Em 2016, o tema do concurso foi “Escreva uma carta a você mesmo aos 45 anos”.

Mais de 2,6 mil escolas públicas e particulares em todo o Brasil participaram da etapa nacional do concurso deste ano, com 4.419 redações de estudantes de até 15 anos – cerca de 700 produções textuais a mais do que em 2015.

A redação de Laryssa vai, agora, representar o Brasil na fase internacional do Concurso da UPU. O Brasil já venceu em três oportunidades esta etapa da competição – que ocorre desde 1972 – e é o segundo país com maior número de vitórias, atrás apenas da China, com cinco.

No Brasil, a vencedora da fase nacional foi escolhida por uma comissão julgadora com representantes dos Correios, do Ministério das Comunicações, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil e do Ministério da Educação. Laryssa vai receber 5 mil reais e um troféu. A escola da estudante receberá 10 mil reais.

FONTE: Nações Unidas.org.

5 de mai. de 2016

Destaque no relatório da CPT sobre conflitos por terra, caso do PA Ypiranga, do Trairão, mostra tragédia vivida por aqueles que têm direito à terra

O projeto de assentamento Ypiranga, situado no município de Trairão, no oeste paraense, reúne alguns dos principais problemas de conflitos fundiários na Amazônia Legal. Reconcentração de terra, desmatamento acentuado, ausência de fiscalização eficiente, ameaças de morte, homologações indevidas, indícios de corrupção. Tudo isso aparece no local, criado em dezembro de 1998. O caso está no relatório-denúncia “Amazônia, um bioma mergulhado em conflitos”, produzido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), também lançado em fevereiro deste ano.

Os conflitos no assentamento tornaram-se mais significativos a partir da segunda metade da década de 2000. Para a CPT, houve a inclusão de pessoas sem perfil de reforma agrária por um antigo servidor. Os falsos beneficiários pertenciam a algumas famílias do Paraná e foram incluídos na relação de beneficiários entre 2005 e 2006. “O relato das famílias que estavam lá de fato é que esses ocupantes nunca tinham morado lá, eles moravam no Paraná. Os lotes estavam abandonados. Eu acredito até que esses lotes estavam para ser vendidos”, relata um servidor do Incra ouvido pela Pública que pediu para não ser identificado.

Com os lotes destinados aos paranaenses não ocupados, pequenos agricultores locais, sob incentivo do próprio Incra, construíram suas casas nas terras. A partir de 2010, os paranaenses passaram a reivindicar os lotes de que constavam como beneficiários. No ano seguinte, começa uma batalha judicial que se arrasta até hoje. Há duas ações correndo na Justiça do Pará pedindo a reintegração de posse dos lotes em favor das famílias do Paraná. No curso dessas ações, já foram realizados três despejos contra os agricultores.

Após os dois primeiros despejos ocorridos no PA Ypiranga, os moradores protestaram e encaminharam uma série de ofícios ao Incra denunciando irregularidades por parte dos paranaenses. O Incra realiza, então, um levantamento prévio para averiguar denúncias de reconcentração de lotes no assentamento em outubro de 2012. “Ali a gente constata que as famílias que estavam ocupando os lotes antes do despejo tinham, de fato, perfil da reforma agrária e deveriam ter sido regularizadas pelo Incra já. Essas famílias ocupavam os lotes pelo menos desde 2006. Quem constava nas relações de beneficiários do Incra eram famílias do Paraná que nunca colocaram os pés no assentamento”, afirma um servidor do Incra que participou da vistoria em 2012.

Nos anos seguintes, o Incra fez outras três vistorias. A primeira delas confirmou algumas afirmações dos paranaenses, mas as seguintes criticaram o rigor técnico da primeira, deram razão aos pequenos posseiros e solicitaram a exclusão de várias famílias do Paraná da relação de beneficiários do assentamento. A contestação do caso ainda segue na Justiça. O processo foi remetido para a Vara Agrária de Santarém. A Pública não conseguiu contato com os advogados que representam as famílias do Paraná na Justiça.

“Nós identificamos uma grande quantidade de lotes reconcentrada no assentamento, já notificamos os responsáveis e solicitamos a devolução dos lotes. Também solicitamos a exclusão dos ocupantes irregulares, mas o caso ainda segue na Justiça. Foi um dos casos que conseguimos dar um encaminhamento na superintendência nos seis meses em que eu passei lá”, afirma o ex-superintendente Regional do Incra em Santarém (SR-30), Claudinei Chalito.

Em entrevista à Pública, a atual comandante da SR-30 em Santarém, Elita Beltrão, reconheceu os erros do órgão no conflito do PA Ypiranga. “Houve falha no procedimento de homologação do Incra. Foram incluídas famílias sem perfil de reforma agrária. Por isso que a gente está revendo esses procedimentos. Nós estamos trabalhando para identificar quem homologou essas famílias, em que data, queremos saber se o processo foi bem instruído para punir os responsáveis”, afirma. Segundo a superintendente, o Incra pretende intensificar as supervisões ocupacionais no assentamento para identificar todas as famílias que receberam lotes indevidamente. O Incra já está movendo ações judiciais contra algumas destas famílias.

FONTE: A Pública, texto completo também aqui

Exonerado há um mês, ex-superintendente do Incra em Santarém fala sobre os problemas que encontrou em uma das superintendências mais problemáticas do Incra em todo o Brasil

Claudinei Chalito, ex-superintendente do Incra em Santarém, foi mais uma vítima da governabilidade. Quando concedeu entrevista, por telefone, à Pública, em 31 de março, estava em Brasília para ter sua última conversa na sede do Incra sobre sua exoneração. “Minha saída veio no âmbito da crise institucional que nós vivemos. Foi uma indicação política que se deu no centro do governo”, comenta.

"Havia mais de 12 mil beneficiários bloqueados após uma fiscalização feita pela CGU no ano passado. Mais de 15 convênios estavam paralisados", o ex-superintendente do Incra, Claudinei Chalito, descreve o quadro caótico da SR-30 após assumir o órgão.

Ao descrever o quadro caótico que encontrou ao assumir a superintendência do Incra em Santarém, Claudinei Chalito lembra de 12 mil beneficiários bloqueados após uma fiscalização feita pela CGU em 2015, além de mais de 15 convênios paralisados.

Com o desembarque do PMDB da base aliada do governo Dilma Rousseff, anunciado em 29 de março — dois dias antes da conversa definitiva de Chalito em Brasília –, o comando da Superintendência Regional do Incra em Santarém foi oferecido a Adaías Gonçalves, um apadrinhado do deputado Vicente Chapadinha (PTN-PA). Para Chalito e outros funcionários do Incra, foi um esforço de aproximação do governo com o PTN (Partido Trabalhista Nacional) às vésperas da votação do impeachment na Câmara dos Deputados. Após a divulgação do acordo pela imprensa, Chapadinha negou que estivesse negociando seu voto. “Fui acusado de que votaria a favor da presidente em troca de cargos no governo federal, o que não é verdade. Todos os cargos que indiquei foram feitos desde o início do mandato e somente agora as indicações começaram a sair. Em nenhum momento me foi condicionado o apoio à presidente em troca de cargos”, afirmou o deputado em nota à imprensa paraense. Coincidência ou não, dois dias após o voto favorável de Chapadinha à admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara, o governo exonerou Adaías Gonçalves. À frente da SR-30 está agora a servidora de carreira Elita Beltrão.

Chalito foi exonerado sob protesto de mais de 60 movimentos sociais da região, que divulgaram uma nota de apoio à sua gestão e chegaram a ocupar a sede da superintendência com apoio de vários servidores.

Nesta entrevista à Pública, o servidor de carreira do Incra fala sobre as dificuldades de assumir o comando da superintendência após o escândalo da Operação Madeira Limpa, da Polícia Federal, que desmantelou uma quadrilha que atuava na exploração ilegal dos assentamentos de reforma agrária. O antecessor de Chalito, Luiz Bacelar, foi preso nessa operação da PF, acusado de facilitar o esquema dos madeireiros. “Eu encontrei um quadro catastrófico. O passivo é enorme, muito grande mesmo”, afirma. “É uma região que não vai se resolver nem em cinco nem em dez anos.” Milhares de beneficiários indevidos, conflitos violentos, assentamentos bloqueados e não regularizados, desmatamento crescente. O balanço feito por Chalito dá a dimensão do desafio que o Incra e a sociedade têm pela frente no oeste paraense.


FONTE: A Pública.

4 de mai. de 2016

Governo federal suspende serviços de monitoramento meteorológico no Brasil

Após desligar 11 radares meteorológicos pelo Brasil atribuindo à falta de recursos para manter em operação os equipamentos de suma importância ao monitoramento de tempestades, o governo federal também suspendeu as verbas para o serviço de radiossondagem, com o uso de balões em aeroportos e estações de superfície e que servem para monitorar a troposfera em diferentes camadas. 
Além do mais, o monitoramento de balões meteorológicos é crucial para o desenvolvimento de cartas meteorológicas à aviação, pois engloba dentre outros parâmetros, previsões de gelo, instabilidade e turbulência.
A radiossonda é um conjunto de instrumentos e sensores para medir a temperatura do ar, umidade relativa e pressão atmosférica, enquanto é elevada na atmosfera até alturas típicas da ordem de 30 quilômetros por um balão inflado com gás hélio.
O deslocamento da sonda é registrado por uma antena GPS que permite a medida da direção e velocidade do vento. Os dados observados, minuto a minuto, são enviados via rádio para a estação receptora no solo que os processa, gera uma mensagem codificada e a envia para o Centro Coletor onde ocorrerá a distribuição global.
A Rede de Estações de Altitude Brasil conta com aproximadamente 40 estações e está distribuída entre o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Departamento de Controle do Espaço a Aéreo (DECEA) e a Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha (DHN), que são órgãos operacionais.
Com o limite financeiro imposto, as radiossondagens que antes eram realizadas duas vezes ao dia, agora foram limitadas para uma vez ao dia e com interrupções em vários aeroportos do país.
A Aeronáutica, que já havia divulgado nota com relação ao uso dos radares dando importância pífia aos equipamentos e se esquivando das responsabilidades ditando que a aviação não seria prejudicada, a cada dia perde parâmetros, que já são tão escassos em um país de dimensão continental, no auxílio de navegação mais segura, ou no mínimo, mais completa no que tange ao uso da meteorologia aeronáutica.
Meteorologistas do setor aéreo e previsores e que utilizam sim este tipo de ferramenta diária no uso de suas atribuições passam a contar cada vez menos com a tecnologia perante à restrição orçamentária do governo federal.
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Arquivo/BBC – Reprodução/Inmet
FONTE: De Olho No Tempo Meteorologia, também disponível aqui

3 de mai. de 2016

IBGE não fará Censo Agropecuário em 2017 por falta de verbas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou por meio de nota, que não realizará o Censo Agropecuário no ano que vem, devido a restrições orçamentárias neste ano. De acordo com o IBGE, o orçamento da pesquisa foi reduzido de R$ 330,8 milhões para R$ 266,9 milhões, o que inviabiliza sua realização.

A direção do IBGE informou que estava tentando obter, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, os recursos para o censo e para a compra de equipamentos necessários à pesquisa, mas não teve sucesso. Por isso, o concurso de seleção para os profissionais que trabalhariam no censo também foi cancelado. O dinheiro da inscrição será devolvido.

O censo foi adiado para uma data ainda a ser definida, já que a pesquisa depende de recursos orçamentários. Por enquanto, as demais atividades previstas para 2016 no plano de trabalho do IBGE não foram afetadas. A pesquisa aborda questões como a segurança alimentar, a agricultura familiar e informações macroeconômicas, como preço dos alimentos e balança comercial. A Agência Brasil procurou o Ministério do Planejamento para comentar o assunto e aguarda resposta.

FONTE: Agência Brasil

Seminário do IEB vai debater alternativas produtivas no Oeste paraense

No próximo dia 06 de maio (sexta-feira), na vila de Alter do Chão (PA), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém e o IEB, realizam o seminário “Governança socioambiental no Oeste do Pará”. O evento busca discutir as alternativas de reprodução social, a gestão do território e o manejo dos recursos naturais pelas populações daquela região.
Não fique de fora dessa discussão. Inscreva-se AQUI.
Seminário “Governança socioambiental no Oeste do Pará”
Local: Hotel Borari – Alter do Chão – Santarém (PA)
Data: 06 de maio de 2016 (sexta-feira)
Horário: 9h às 17h
Mais informações: 91 3223 9363, 91 4141 7816
FONTE: IEB

2 de mai. de 2016

Novas espécies de orquídeas são descobertas na Amazônia

Foto de Jefferson José Valsko.
Duas novas espécies de orquídeas foram descobertas recentemente nos arredores de Manaus pelo bolsista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Jefferson José Valsko. A planta, considerada ornamental e a rainha das flores, está entre as mais procuradas para presentear, decorar residências e ainda como tempero.

As orquídeas encontradas foram batizadas de Dichaea bragae e Anathallis manausesis. Os nomes homenageiam o pesquisador do Inpa Pedro Ivo Soares Braga, já falecido, e que fez importantes estudos sobre a planta na Amazônia.

“A Dichaea bragae é uma planta pêndula, pequena, chegando a cinco centímetros de comprimento, a flor chega a cinco centímetros e apresenta uma estrutura chamada labelo, que é uma pétala modificada. É uma estrutura de pouso de insetos polinizadores. Percebemos que o labelo era totalmente diferente do grupo que a gente vinha estudando”, explicou o bolsista Jefferson, que é biólogo e mestre em Diversidade Biológica.

Já a flor da Anathalis manausesis, de acordo com o pesquisador, tem apenas 3 milímetros (mm) e sua folha mede menos de 1 centímetro (cm). Ela é considerada a menor das espécies já descritas. “É uma microórquídea, precisou de um microscópio, porque a flor é muito pequena, o seu labelo era muito reduzido, e com pelos, o que diferenciou das espécies já descritas”, descreve Valsko.

Segundo o Inpa, o Brasil registra mais de três mil tipos de orquídeas. No Amazonas, são cerca de 300. De acordo com o biólogo, as orquídeas da amazônia têm características semelhantes às de outras regiões. Elas podem ser encontradas, principalmente, nas chamadas campinaranas amazônicas, áreas com solos arenosos, e também na copa de árvores.

“Orquídeas têm preferência, uma necessidade de luz, uma luz difusa. E a copa das árvores é um ambiente ideal para elas. Quando você anda aqui em uma floresta de ombrófila densa, que é uma floresta alta, com árvores de até 25 ou 30 metros, dificilmente você consegue enxergar orquídeas”, esclarece.

O pesquisador disse que, por isso, as pessoas acham que é raro encontrar orquídeas na Amazônia. “Essas espécies estão em maior densidade na copa das árvores. Já nas campinaranas, como as árvores são bem mais baixas, você visualiza com facilidade essas espécies”.

Valsko explica que as orquídeas são importantes para a natureza porque ajudam no ciclo do carbono, por meio da fotossíntese e da respiração. Além disso, elas atraem insetos polinizadores específicos. “Algumas são polinizadas apenas por abelhas, outras podem ser polinizadas por borboletas, aves ou moscas”.

A equipe de Jefferson José Valsko já havia descoberto nos últimos quatro anos outras três espécies de orquídea na Amazônia: Dichae Diminuta, Dichae fusca e a Anathallis roseopapillosa.

FONTE: Portal do Amazonas.