Vindos das quatro regiões do Pará - Baixo Amazonas, Marajó, Salgado e
Tocantina - pescadores e pescadoras artesanais reuniram-se na capital
Belém, junto com integrantes da coordenação nacional do Movimento de
Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil (MPP) e agentes do Conselho
Pastoral dos Pescadores (CPP), entre os dias 06 e 07 de dezembro. O
Encontro estimulou a reflexão sobre os conflitos enfrentados pelas
comunidades pesqueiras no estado e desenhou os passos para fortalecer a
luta desses grupos através da integração com o MPP.
Os desafios existentes no Pará refletem como o Estado lida com a pesca
artesanal no país. A política nacional que busca invisibilizar a
categoria traz danos como a burocratização ao acesso à carteira de
pescador - o que acaba gerando um comércio ilegal do documento -
criminaliza os pescadores e pescadoras, estimula os grandes projetos e a
privatização das águas que expulsam as comunidades de seu território,
entre outras problemáticas também denunciadas durante o Encontro.
A pescadora Marizelha Lopes fala sobre o MPP |
Diante desse cenário, o grupo viu a necessidade de animar a luta da
pesca artesanal através da articulação com outras realidades pelo país. A
integrante da coordenação nacional do MPP, Marizelha Lopes (Nega), da
Bahia, apresentou o histórico e as ações do MPP e estimulou o
fortalecimento da organização dos pescadores do Pará a fim de que a
integração no movimento se dê de forma sólida e a partir das bases.
Assim, foi reafirmado a importância do trabalho de base no estado,
articulando lideranças nos municípios e proporcionando momentos de
formação. Também foram indicados representantes tanto a nível regional
como nacional para a articulação junto ao MPP.
MPP Pará |
As novas decisões reafirmaram a urgência em intensificar a Campanha
Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais
Pesqueiras, principal ação do MPP hoje no Brasil. “É importante que a
luta dos pescadores e pescadoras no estado do Pará se una ao MPP, temos
grandes desafios pela frente e um dos grandes é conseguirmos regularizar
nossas terras que, através da Campanha, pode ser concretizado, além de
promover o empoderamento das comunidades pesqueiras”, comenta o pescador
da região de Tocantina, Adelino Cavalcanti.
FONTE: peloterritoriopesqueiro.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário