22 de nov. de 2016

Livro em língua indígena difunde conhecimento dos Munduruku sobre saúde e alimentação

Um dos resultados do projeto Ibaorebu, da Funai, obra foi impressa com recursos provenientes de acordo judicial proposto pelo MPF


Indígenas Munduruku produziram livro na língua da etnia que cataloga plantas e animais fontes de alimentação e saúde para esse povo. “Kuyjeat Posũg̃ – Saúde e alimentação Munduruku” também ensina como utilizar essas matérias-primas e informa as vantagens dos produtos naturais em relação aos industrializados. O objetivo é que os cerca de 3,6 mil estudantes Munduruku do sudoeste do Pará tenham acesso a esses conhecimentos tradicionais na língua própria.

Com tiragem de 500 exemplares, a obra está sendo distribuída neste final de 2016 nas 48 escolas Munduruku do alto e médio Tapajós. Os autores são cursistas de Magistério Intercultural pelo Projeto Ibaorebu de Formação Integral Munduruku, executado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A pesquisa que deu origem ao livro foi feita em 2014, durante etapa de formação ministrada sob a orientação dos professores Cailo Almeida, Claudeth Saw e Zenildo Saw.

A impressão do livro foi feita com recursos provenientes de acordo judicial proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) ao município de Jacareacanga e aceito pela Justiça Federal em Itaituba em processo em que o MPF cobra do município a regularização dos serviços de educação indígena aos Munduruku, com caráter de educação diferenciada, intercultural, bilíngue e de qualidade, e reparação aos índios pelos danos morais coletivos sofridos pela demissão de professores indígenas.

“Esse é apenas o primeiro de uma série de trabalhos que o projeto Ibaorebu pretende publicar”, informa o indigenista e historiador André Raimundo Ferreira Ramos, que coordena o projeto da Funai. Segundo Ramos, o material que o Ibaorebu reuniu é amplo porque o projeto trata a pesquisa como princípio educativo para estudar qualquer tema do cotidiano dos Munduruku.

Em Kuyjeat Posũg̃, por exemplo, o uso das plantas medicinais é abordado não só em seus efeitos curativos mas também preventivos, e a riqueza nutritiva de animais próprios da alimentação Munduruku, como o porco-do-mato e a anta, é comparada a fontes não tradicionais, como o porco e o boi criados para abate.

Íntegra do livro

FONTE: Ministério Público Federal no Pará - Assessoria de Comunicação

19 de nov. de 2016

Evento debate impactos e riscos das barragens de mineração na Amazônia


Comissão Pró-Índio de São Paulo e Defensoria Pública do Estado do Pará promovem, em 21 de novembro, debate sobre as  barragens de rejeitos da Mineração Rio do Norte, a maior produtora de bauxita do Brasil.

O evento, aberto ao público, tem por objetivo ampliar o conhecimento e o debate sobre os impactos ambientais e os riscos das barragens de rejeito de mineração a partir do caso de Oriximiná, no Pará. O debate contará com a presença de lideranças de comunidades situadas a jusante das barragens bem como de pesquisadores.

A Mineração Rio do Norte, em Oriximiná (PA), é a quarta mineradora em número de barragens no Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas. São 23 barragens instaladas em plena floresta amazônica.  Há mais uma barragem em construção e outras nove estão previstas para armazenar os rejeitos da maior produtora de bauxita do Brasil que tem como acionistas a Vale, South32, Rio Tinto Alcan, Companhia Brasileira de Alumínio, Alcoa e Hydro.

Uma das barragens encontra-se a apenas 400 metros do Quilombo Boa Vista. Mesmo assim, a legislação não exige e não existe um plano de emergência que oriente a população no caso de rompimento da estrutura.

Tão pouco as comunidades ribeirinhas Boa Nova e Saracá, localizadas a jusante das barragens TP1 e TP2 classificadas como de alto dano potencial associado, foram preparadas para enfrentar situações de emergência.

FONTE: Comissão Pró Indio de SP.

9 de nov. de 2016

Exposição de estampas indígenas é realizada no Sesc em Santarém

A sede do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Santarém, oeste do Pará, recebe de 8 a 11 novembro a exposição "Quatiara: Estampando a Cultura Indigena Amazônica" de Luciana Leal. A visitação ocorre de quarta a sexta das 08h às 21h e sábado das 08h às 12h e 16 às 18h30.
O projeto é contemplado pelo Programa de Incentivo à Arte e Cultura – Seiva-2016, da Fundação Cultural do Pará e desenvolve desenhos de estampas baseadas em grafismos corporais pesquisados junto a estudantes indígenas da Universidade Federal do Oeste do Pará.
Exposição Sesc cultura indigena (Foto: Sesc/divulgação)
Sobre a autora
Luciana Leal especializou-se em arte digital ao longo dos últimos oito anos, de forma autodidata. Para o desenvolvimento de suas peças faz uso de computador, câmera fotográfica digital e softwares de computação gráfica. Grande parte de sua produção faz uso da técnica de vetorização de imagens.
Desde 2012 possui exposição permanente no laboratório de arqueologia Curt Nimuendaju, da UFOPA, intitulada “Azulejos dos Tapajós”, já resultado de sua pesquisa com objetos arqueológicos tapajônicos. Em 2014 foi premiada com a Bolsa de Pesquisa e Experimentação do Instituto de Artes do Pará, com o projeto "Design de superfície na Amazônia: referências visuais da iconografia arqueológica do oeste do Pará no desenvolvimento de estampas têxteis", resultando em exposição de tecidos estampados.
Serviço:
Abertura
Dia: 08/11/2016 - Horário: 19:30
Visitação
Dia: 08 a 05/11/2016  - Horário: 08h às 21h
FONTE: G1

Estudante de Santarém ganhou competição de foguetes no RJ


Um estudante do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) em Santarémfoi campeão na 10ª edição da Jornada Brasileira de Foguetes realizada de 4 a 7 de novembro no município Barra do Piraíno Rio de Janeiro. Enderson Mendes, de 16 anos, do curso de edificações, foi representando a equipe a qual participa, formada por outros estudantes.
A competição consistiu no lançamento dos objetos impulsionados por reações químicas. A distância percorrida pelo foguete produzido pelos estudantes foi de 155,1 metros. Para competir, foram necessárias adequações ao regulamento da competição. Todos os protótipos foram feitos de garrafas PET com o formato cilíndrico. As aletas dos objetos também foram construídas de material plástico. Não foi usado nenhum tipo de material metálico na produção do objeto.
Segundo a coordenadora da equipe, Graciana Sousa, os trabalhos para elaboração dos foguetes iniciaram em fevereiro deste ano, com a divulgação do evento para alunos. Em abril, com a equipe já formada, eles começaram as pesquisas. No mês de agosto, o resultado da classificação para a competição foi positivo. “Nós fizemos vários protótipos, lançamos e, por experimentação, chegamos a um modelo ideal para o tipo de lançamento que desejávamos”, explica.
Sem apoio financeiro e acreditando no sucesso da equipe, os custos da viagem foram pagos pela própria coordenadora. Graciana destacou ainda que muito além de darem destaque ao oeste do Pará, o maior significado da vitória foi a superação. “Podemos mostrar com isso que para qualquer aluno, seja da periferia ou do centro da cidade, o estudo, trabalho e perseverança você consegue várias conquistas. Não tínhamos nada pronto, não tinham livros e artigos que falam especificamente de um protótipo. Fizemos tudo. Os obstáculos foram muitos, mas vencemos todos”, argumentou.
Como não havia tempo de fabricar um foguete nos dias de competição, eles levaram pronto. No local, eles puderam trocas informações com outros estudantes do país. “É uma aprendizagem tanto para o professor quanto para o aluno. Lá, nós encontramos pessoas de todo o Brasil e integramos conhecimento, cultura e conhecimento”, conclui Graciana.
Fases
Conforme Graciana, para chegarem até a fase da Jornada os alunos do IFPA passaram pelas fases de prova teórica da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e a Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), onde gravações de vídeos de lançamentos de foguetes são submetidas à avaliação e classificação para Jornada Brasileira de Foguetes. Essas etapas foram realizadas no campus do IFPA em Santarém no mês de maio.
Competições
A Jornada de Foguetes ocorre desde 2009 e reúne aproximadamente 100 equipes de alunos do ensino médio nas edições. Os eventos competitivos são organizados pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB).

FONTE G1.