16 de jun. de 2015

No Pará, indígenas Parkatêjê lutam contra Vale

Submetidos a trabalho escravo na ditadura, os Parkatêjê venceram luta por autonomia e agora travam batalha com contra duplicação de ferrovia da mineradora, leiam o texto da  Joana Zanotto para a AGÊNCIA DE REPORTAGEM E JORNALISMO INVESTIGATIVO.

Roda para o canto, no pátio destinado às festividades, brincadeiras e reuniões. Foto: Pedro Aguiar Stropasolas
O Território Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins, é um respiro de verde no Pará, estado que lidera o ranking de desmatamento da Amazônia Legal, conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nele vivem três povos indígenas – Gavião Akrãtikatêjê, Gavião Kykatejê e Gavião Parkatêjê – que somam pouco mais de 700 habitantes (Siasi/Sesai 2013). Eles se dividem atualmente em nove aldeias, em uma área de 62 mil hectares de floresta preservada na região sudeste do estado, pressionada há mais de 30 anos pela mineração e por obras de infraestrutura. (...) O território que habitam foi alvo dos projetos de integração do governo militar. Hoje é cortado pela rodovia BR-222, pela linha de transmissão de energia de Tucuruí, da Eletronorte, e pela estrada de ferro Carajás, alvo da batalha mais recente travada pelos Gavião – incluindo os Parkatêjê – com a mineradora Vale S.A.

A ferrovia foi construída no início dos anos 1980, durante o governo de João Figueiredo, último presidente da ditadura militar, e começou a operar em 1986, na transição democrática do país. Pertencia à então estatal Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em 1997. O trilho de 892 quilômetros liga as minas da Floresta Nacional de Carajás (PA) ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão, cortando terras indígenas, quilombos e 22 unidades de conservação.

O barulho, os atropelamentos, e os danos ambientais provocados pela estrada de ferro nas comunidades do entorno prometem aumentar. Em novembro de 2012, o Ibama concedeu Licença de Instalação (LI) para o projeto de expansão da mineração da Vale S.A. na Floresta Nacional de Carajás. Além da abertura de uma nova frente de extração de minério na floresta, o projeto prevê a duplicação de 786 quilômetros da via, em linha paralela à existente. O objetivo é ampliar a produção e exportação de minério de ferro escoada pela ferrovia, passando de 130 milhões de toneladas/ano para 230 milhões de toneladas/ano até 2018 (veja aqui a série sobre o tema no especial Amazônia Pública).

Leia o texto completo aqui. 

FONTE: APública.

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