25 de dez. de 2017

Comunidades indígenas criam um Governo autônomo na Amazônia peruana

Cerca de 20.000 pessoas vivem em um território equivalente a oito vezes o município de São Paulo. São os wampis. Aqui não há estradas, e os dois principais cursos de água – os rios Santiago e Morona, também chamados de Kanus e Kankin em sua língua materna – são a única via de acesso para o comércio e o contato com o mundo exterior. Lima, a capital do Peru, fica no outro lado dos Andes, a 1.500 quilômetros, na desértica costa do Pacífico. As famílias wampis são muito individualistas e costumavam viver dispersas na selva. Só depois da chegada dos missionários e das escolas, na década de 1960, eles se mudaram e formaram comunidades ao redor das instalações educacionais.

Enquanto em novembro de 2015 os líderes mundiais se preparavam para participar da Cúpula do Clima de Paris (COP21), numa aldeia do rio Santiago chamada Soledad (“solidão”), em pleno território wampi, era tomada uma decisão histórica, mas que passou despercebida para os principais meios de comunicação. Os representantes de mais de 200 comunidades indígenas dessa etnia anunciavam a criação do Governo Territorial Autônomo da Nação Wampis, o primeiro desse tipo em toda a Amazônia, com sua própria Constituição, seu Parlamento e seus órgãos executivos. “Continuaremos sendo cidadãos peruanos”, afirma Andrés Noningo, de 62 anos, e um dos seus visionários líderes, “mas agora temos nosso próprio Governo responsável por nosso território. Isto nos permite nos proteger das empresas e dos políticos que não são capazes de ver senão ouro e petróleo em nossos rios e nossas matas”. Para isso, se baseiam no convênio ILO 169 da Organização Internacional do Trabalho e na Declaração das Nações Unidas sobre Direitos de Povos Indígenas, de 2007, ambos ratificados pelo Peru. Entretanto, o Executivo nacional ainda não se pronunciou sobre a situação.

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FONTE: El País.

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