11 de jul. de 2013

Cepam busca peixe-boi-amazônico no baixo Tapajós



O projeto “Monitoramento de hábitats e alimentação de peixe-boi-amazônico no baixo rio Negro e baixo rio Tapajós”, coordenado pelo Instituto Chico Mendes, por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica - Cepam, está à procura do peixe-boi-amazônico nas unidades de conservação do baixo Tapajós. Depois de tê-lo filmado em 2012 no Parque Nacional de Anavilhanas, os locais de procura são agora os lagos da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós.

Segundo a coordenadora do projeto, Luciana Crema, analista do Cepam, esta época do ano é favorável à sua visualização, e de fato seus rastros e marcas deixadas na água por sua movimentação já foram vistos. “Esforçamos-nos bastante, saímos à procura do peixe-boi várias vezes ao dia, inclusive durante a noite, mas não foi desta vez que conseguimos filmá-lo. O interessante é que temos várias comprovações de que ele visita os lagos que monitoramos. Visualizá-lo será questão de tempo e um pouquinho de sorte”, afirma nossa colega.

Entre os períodos de tentativas de visualização, a equipe do projeto aproveitou para trabalhar com crianças e adolescentes das escolas das comunidades visitadas. Utilizaram material cedido pela Associação Amigos do Peixe-boi, associação conveniada ao Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto de Pesquisas da Amazônia - INPA, parceira do Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquático e patrocinada pela Petrobras e outras instituições. “Utilizamos cartilhas, desenhos, jogos e livro, que auxiliam os estudantes a absorver a importância da conservação do peixe-boi, bem como dos outros mamíferos aquáticos. Posso afirmar que as atividades foram muito bem recebidas. Durante a noite fizemos o que chamamos de ‘cinemão’, quando ministramos palestra e exibimos filmes 
voltados à sensibilização ambiental, com direito a pipoca”, afirma Luciana.

Segundo Dárlison Andrade, coordenador de Pesquisa Científica da Flona Tapajós, as atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo projeto coordenado pelo Cepam foram muito bem executadas e a participação das crianças e jovens foi expressiva. “Em razão de nosso efetivo reduzido de analistas na Flona, temos carência por ações de educação ambiental nas comunidades e é muito bom ver os pesquisadores que atuam na UC colaborando com a gestão da unidade, integrando o conhecimento científico ao conhecimento tradicional.”

Já o analista Nivaldo Reis, da Resex Tapajós-Arapiuns, afirma que as atividades envolveram todos os moradores da reserva em suas diferentes faixas etárias. Isso é importante porque desperta a conscientização ambiental de todos em relação à preservação do peixe-boi-amazônico e do ecossistema da região. 

Maurício Santamaria, chefe dessa Resex, disse que o trabalho contribui para o manejo e a conservação do peixe-boi-amazônico. “Trata-se de importante trabalho, não só para conservação da espécie, mas também para definir melhor as potencialidades de cada região da Resex, uma vez que o projeto disponibilizará informações valiosas sobre os ambientes aquáticos. O fato releva ainda mais a importância desse trabalho e a carência de informação e pesquisa nesta unidade de difícil acesso”, conclui Maurício. 

O projeto continuará com saídas de campo ao longo deste ano para o monitoramento contínuo dos lagos, inclusive com tentativas de registros fotográficos e filmagens da espécie, além de atividades de sensibilização ambiental com os comunitários tanto da Resex como da Flona.

FONTE: ICMBIO em Foco número 250, disponível aqui. 

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