28 de abr. de 2015

Piaçabeiros ainda trabalham de forma degradante no Amazonas

Piaçabeiros que estavam em situação análoga à do trabalho escravo foram resgatados pela força-tarefa do MPT em plantações localizadas no Sul do Estado (Divulgação/MPT)
O piaçabeiro Carlos do Rosário, 59, foi uma vítima dessa violência. No ano passado, ele foi um dos treze trabalhadores resgatados do Município de Barcelos (à 405 quilômetros de Manaus) por uma  “força-tarefa” liderada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Federal (MPF). Eles foram encontrados em condições análogas à de escravidão, em comunidades localizadas no meio do mato.

Recrutado para trabalhar na extração da piaçava - matéria-prima para a confecção de vassouras - na zona rural do município, Carlos era submetido a condições subumanas de trabalho: passava dias isolado no meio da floresta, só tinha direito a folgas após quatro meses de trabalho, não possuía carteira profissional e, o pior de tudo: não sabia nem quanto receberia depois do serviço realizado.

Aviamento

Ele conta que se via obrigado a comprar mercadorias do “patrão” devido ao isolamento e, quando recebia o salário, os descontos abocanhavam boa parte da renda. “Cheguei a receber R$ 340 por 120 dias de trabalho consecutivos”, relatou ele, que trabalha na extração da fibra desde os 15 anos. Ele alegou também que só trabalha na extração de piaçava porque é a única coisa que saber fazer. “Por isso não consigo emprego na cidade. Trabalho praticamente para comer”, disse o homem, que  é analfabeto.


FONTE: A Crítica.

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