1 de jul. de 2010

Artigo sobre Artesanato Munduruku

Está disponível a partir de hoje no site do DED, artigo sobre a participação dos indígenas do Centro de Artesanto Praia do Índio na FRUTAL, feira que aconteceu em Belém na última semana. Leia o artigo completo abaixo: Artesanato resgata cultura dos índios Mundurukus. Representantes do Centro de Artesanato Praia do Índio, de Itaituba, tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos em um grande evento, pela primeira vez. O feito ocorreu durante a realização da X Frutal Amazônia, feira que reuniu durante três dias em Belém, produtores das áreas de fruticultura, floricultura, agroindústria e outros produtos tipicamente amazônicos. Segundo Izicléia da Conceição, uma das fundadoras do Centro de Artesanato Praia do Índio, essa é o momento de conhecer de perto novos clientes, direcionando a produção para aqueles produtos mais procurados. "É muito bom para nós sair da Aldeia e expor nossos produtos para um público grande", diz a artesã, que esteve no estande do Centro na Frutal juntamente com seu marido, o também artesão Everaldo. Apoio - Desde 2006, através de parceria com o Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social (DED), teve início um processo de fortalecimento da cultura indígena Munduruku na região de Itaituba, oeste do estado do Pará, onde os jovens das Aldeias Praia do Índio, Praia do Mangue, Sawré e Aldeia Nova estão aprendendo a usar matéria prima do extrativismo de maneira sustentável. Em Itaituba estão demarcadas 5 comunidades indígenas e estima-se que tenha 2.000 índios no município. Há um grande número de jovens, sendo que estes representam a maior porcentagem da população. As duas principais áreas demarcadas em Itaituba são a Praia do Mangue, com 30 hectares e cerca de 44 famílias e a Praia do Índio, com 28 hectares e um total de 23 famílias. A produção de artesanatos, a partir da cultura e materiais dos próprios índios, contou com o apoio do DED. "O projeto do Centro de Artesanato foi uma sementinha plantada pelo Jean, técnico do DED que incentivou a gente a trabalhar no que sabíamos e gostávamos de fazer: a cerâmica", afirma Izicléia. Na década de 1980 os pais de Everaldo, assim como outras famílias da etnia Munduruku, se aproximaram dos núcleos urbanos e saíram da aldeia à procura de trabalho e estudo. A falta de demarcação de suas terras, a carência de recursos e a exploração desordenada dos recursos naturais em seus locais de origem levou muitos indígenas a procurar trabalho nas cidades. Quando se casou com Izicléia e estava com as filhas pequenas, Everaldo via as dificuldades de sustentar a família como pintor de letreiros e buscou nas raízes indígenas o conhecimento necessário para melhorar a renda da família. Resgate - A partir do trabalho com a cerâmica, aprendido com seus pais, cresceu o interesse de Everaldo e Izicléia pela cultura Munduruku. "A gente quis voltar pra dentro da Aldeia para criar as nossas filhas e para aprender tudo sobre a nossa origem", conta o casal de artesãos. Em 2006, após terem a permissão das lideranças da Aldeia Praia do Índio para morar com a família dentro da área demarcada e gradualmente irem se aproximando das tradições, outros jovens quiseram aprender a trabalhar com a cerâmica e as pinturas. Nos anos seguintes, o trabalho rendeu bons frutos: o galpão de trabalho foi ampliado e novos equipamentos foram adquiridos para ajudar na produção, além de cursos de capacitação em marketing e comercialização, culminando com um ponto de venda próprio em 2008. Esses avanços foram possíveis graças ao Fundo Dema (fonte de financiamento gerenciada pelas ONGs Fase e Fundação Viver, Produzir e Preservar; além da Prelazia do Xingu). O Centro já conta com outras importantes parcerias, como a Associação dos Filhos de Itaituba (ASFITA), Instituto Imersão Latina (Imel), Cáritas e Fundação Nacional do Índio (Funai, órgão do governo brasileiro), além da Secretaria de Agricultura do Pará, que fez o convite aos artesãos para participarem da X Frutal e ainda forneceu apoio logístico. Resultados - Hoje o Centro de Artesanato está suscitando vocação ao artesanato e propiciando um resgate da cultura indígena entre os jovens. Atualmente estão envolvidas nas atividades do Centro, entre trabalhos com cerâmica, sementes e fibras vegetais, cerca de 100 famílias indígenas, contando também com integrantes de aldeias vizinhas. A produção é comercializada diretamente no Centro de Artesanato em Itaituba e também é vendida para outros pontos de comercialização, como lojas deste e de outros municípios, como Santarém. Com a participação na X Frutal Amazônia, o Centro de Artesanato Praia do Índio já recebeu convites para participar de outras feiras, como as outras edições da Frutal no Rio de Janeiro, Fortaleza e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, entre outras. "Estar na Frutal foi muito importante, porque várias pessoas interessadas em comercializar produtos indígenas fizeram contato. Agora somos conhecidos nacionalmente", diz Izicléia. Texto: Adriene Coelho (Itaituba) e Elisabeth Bolda (DED) Edição: Tiago Araújo (DED)

2 comentários:

Unknown disse...

Poderíamos ampliar esse contexto com a GALERIA KABIARA entre em contatao alicegopfert@hotmail.com ou no site wwwgaleriakabiara.com.br

Unknown disse...

Precisamos fazer contato com artistas que fazem arte com a areia do rio tapajos em Itaituba PA . aliucegopfert@hotmail.com