7 de mar. de 2011

Funai muda Coordenação-Geral de Índios Isolados

A Funai vai trocar o comando da Coordenação-Geral de Índios Isolados (CGII), responsável pelas 12 frentes de proteção de reservas indígenas onde estão grupos não contactados. Sai o historiador Elias Bigio, que estava há um ano à frente do órgão, e entra o geógrafo Carlos Travassos.


Bigio pediu para deixar a CGII no início de fevereiro e irá para outra coordenação, dentro da Funai. “Vou retomar a pesquisa com história oral indígena e a documentação das ações da Funai”, disse, após confirmar sua saída ao blog Radar Político.

A trajetória de Bigio na CGII começou na gestão do indigenista Marcelo dos Santos, responsável pela proteção aos Nhambiquara do Norte e aos Negarotê, em Rondônia, na década de 1980.

“Quando chegamos aqui, verificamos a necessidade de ampliar a coordenação, sua capacidade, para que ela pudesse ser mais assertiva”, afirmou Bigio. Segundo ele, o órgão, que tinha 36 funcionários, hoje tem perto de 250 – crescimento que credita à expansão das frentes econômicas na Amazônia.

Próximo ocupante da cadeira, Travassos, de 31 anos, atua na proteção do povo Suruwahá e da Terra Indígena Hi-merimã, na área do médio Purus, região central do Amazonas. Antes, ele trabalhou na Frente de Proteção Etnoambienal Vale do Javari.

Carlos Travassos é filho de Luis Travassos, que foi presidente da UNE em 1968, retornou ao País após exílio e morreu em acidente de carro em 1982.

O geógrafo faz duas apostas para sua gestão. A primeira é a realização de um fórum, com participação da Funai, de indígenas e da academia, para definir a política para índios de recente contato. A segunda trata de criar interlocução entre a CGII e a recém-criada Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), braço do Ministério da Saúde.

“É muito difícil dizer que seu trabalho consegue responder à proteção dos índios quando o aspecto da saúde não está sendo contemplado da forma que deveria”, disse Travassos, que ainda está em Lábrea (AM), mas deve ir para Brasília no dia 15 de março.

Para ele, porém, o essencial é fazer com que as frentes de proteção efetivamente deem resultados. “Elas foram criadas no papel, foram indicados coordenadores, mas é preciso fazer que a máquina funcione”, afirmou.

Fonte: Estadão, enviado por Henrique Diniz (Assistente de Comunicação do Grupo de Trabalho Amazônico - GTA).

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