7 de out. de 2015

UFPA lança barco movido a energia solar

O barco movido à energia solar, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia (INCT-EREEA), teve seu lançamento oficial realizado na sexta-feira (2), no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, após três anos de desenvolvimento. O projeto Barco Solar e Oficina Solar surgiu por intermédio dos grupos membros Fotovoltaica, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Grupo de Estudo de Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE), da UFPA.

O objetivo inicial do projeto, segundo o coordenador do GEDAE, professor João Pinho, foi, “primeiro, mostrar que a Ciência e a Tecnologia podem ajudar bastante a população na execução das suas atividades e na produção de renda, com soluções que são alternativas e eventualmente mais econômicas e promovem, também, geração de renda, sustentabilidade e defesa do meio ambiente”.
Transporte Sustentável

Batizado como “Aurora Amazônica”, o barco é composto por dois conversores de corrente contínua para corrente alternada, dois motores elétricos WEG responsáveis pelo sistema de propulsão com sistema de refrigeração à água, banco de baterias com autonomia para cinco horas de navegação e capacidade total de 22 pessoas. Além disso, no momento de atracação do barco, ele pode ser carregado conectando-se ao terminal elétrico da oficina solar, ou seja, a embarcação tem um banco extra de armazenamento de energia, o que permite que ele possa ser recarregado mesmo nos períodos de vários dias de chuva, comuns na Região Amazônica.

Os módulos solares fotovoltaicos estão dispostos na cobertura do barco, principal fonte de energia que o conduz. É dessa forma que o projeto proporciona a redução da poluição por diesel, nos rios, e a diminuição do estresse dos animais da região causada pela poluição sonora. Já nos barcos convencionais com motores a combustão, a produção de ruídos é muito maior. A oficina solar, que permite a carga do barco, fica localizada na escola de Belém, ligando a Comunidade de Santa Rosa, a Ilha das Onças, o município de Barcarena, onde a embarcação passou cerca de um ano e meio na condição de testes de implementação.

Concebido e desenvolvido pelo Grupo Fotovoltaica-UFSC e financiado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto conta com o apoio institucional e técnico da Eletrobras, do Instituo Ideal, das empresas WEG e Holos, do INCT-EREEA e do GEDAE-UFPA. A parceria dessas instituições deu-se pelo intuito de fomentar pesquisa e desenvolvimento social e sustentável da população amazônica.  Primeiramente como protótipo, o Barco Solar apresenta-se à iniciativa privada e governamental como uma alternativa para o transporte escolar na Amazônia, ecoturismo e demais atividades. As perspectivas para o futuro do projeto estão na replicação para outras localidades onde se possam usar a ciência, a tecnologia e a inovação para o desenvolvimento social.

Sobre a importância dessa iniciativa, o professor João Pinho destaca: “primeiro, tem a questão do meio ambiente. As energias renováveis estão se tornando cada vez mais baratas, ao longo do tempo, do que as energias convencionais, que são baseadas em combustível fóssil. E também porque temos uma abundância dessas fontes energéticas aqui, na nossa região, e elas podem ser aplicadas para atividades produtivas para melhorar a distribuição de renda da nossa população.”

FONTE: G1, texto disponível também aqui

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