Um grupo de 35 representantes do governo federal, estadual e sociedade civil iniciou nesta quarta-feira, 6, em Brasília (DF), os debates da Oficina de Elaboração do Plano Anual de Manejo Comunitário e Familiar 2011.
O objetivo é identificar as linhas de ação que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) devem atender na formulação do Plano Anual de Manejo Comunitário e Familiar do próximo ano, voltado a povos e comunidades tradicionais que usam a floresta.
"O Plano vem no conjunto das políticas que têm sido construídas para dar apoio aos extrativistas, agricultores familiares, assentados, povos e comunidades tradicionais e tem garantido visibilidade desse público como sujeitos na condução de uma nova realidade", afirma o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Egon Krakhecke.
Segundo o diretor de Inclusão e Fomento do Serviço Florestal, Luiz Carlos Joels, a Oficina ajudará a fortalecer a discussão sobre as ações prioritárias. "Esse é um espaço onde as diversas tendências se encontram para avançar em conjunto e concatenar esforços em prol do manejo comunitário" afirma.
O encontro conta com integrantes do Serviço Florestal, Ibama, Instituto Chico Mendes, Incra e Funai, instituições dos governos do Acre, do Amazonas e do Pará, e com a participação de entidades como o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS). Para o assessor do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marcos Pavarino, a diversidade de segmentos envolvidos nos debates permite "que as decisões sejam legítimas e legitimadas".
Hoje, em torno de 160 milhões de hectares de florestas públicas estão voltadas ao uso por comunidades, seja em unidades de conservação ou terras indígenas, por exemplo. Para o representante do FBOMS, Rubens Gomes, é preciso aumentar as condições para que as comunidades gerem riqueza.
"Minha expectativa, como movimento social, é que o governo de fato consiga achar caminhos para gerar uma política pública robusta para o manejo comunitário na Amazônia, considerando que mais de 60% dessas florestas são destinadas ao uso comunitário", afirma Gomes. "Há uma necessidade urgente de ter políticas públicas estruturantes que permitam a manutenção das florestas com o aumento da qualidade de vida das pessoas que vivem nelas", completa.
Para organizar as discussões, os participantes serão divididos em grupos de trabalho com o objetivo de apontar iniciativas em temas como fortalecimento organizacional, regularização fundiária, assistência técnica e extensão florestal, crédito e regularização ambiental.
"As propostas vão nos orientar no planejamento das ações, na mobilização para orçamento e recursos voltados ao próximo ano", afirma o gerente da Gerência de Florestas Comunitárias do Serviço Florestal, Hélio Pontes. O encontro termina na sexta-feira, 8. O Plano Anual de Manejo Comunitário e Familiar deve ficar pronto em dezembro.
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