31 de jan. de 2012

Unidades de Conservação da Amazônia têm escassez de recursos financeiros e humanos

Estudo realizado pela ong WWF-Brasil e pelo ICMBIo e que foi reunido em três livros revela a avaliação da gestão em Ucs do Amazonas, Pará e Rondônia


Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Unini, no Amazonas (Mônia Laura Fernandes/ICMBio)

Estudo divulgado nesta semana revela que as unidades de conservação dos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia, apesar de importância biológica alta e planejamento adequado, têm baixo índice de desempenho em insumos, como recursos financeiros e humanos, e processos, como a elaboração dos planos de manejo. Esta situação compromete o alcance dos resultados e os valores totais de efetividade das Unidades de Conservação.

A avaliação é da analista de conservação da ong WWW-Brasil, Mariana Ferreira, responsável pela coordenação do estudo, cuja elaboração teve parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e das secretarias de Meio Ambiente. O estudo integra a publicação de três livros produzidos pela WWF-Brasil e pelo ICMBio.

“Esse trabalho de análise da gestão das UCs é inovador e fundamental para subsidiar políticas públicas. Sem informações sobre a realidade das áreas protegidas, não há como planejar ações para melhorar sua efetividade. Daí a grande importância desse estudo”, afirmou Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil.

Diagnóstico

O método utilizado para avaliar a gestão dessas áreas protegidas é o Rappam, sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de Unidades de Conservação. Desenvolvido pela Rede WWF, o Rappam é uma das metodologias mais utilizadas em todo o mundo para avaliar rapidamente a efetividade de gestão das áreas protegidas.

A pesquisa é realizada por meio de questionários aplicados durante oficinas com gestores, funcionários e demais colaboradores das unidades de conservação. As respostas são analisadas por equipes técnicas que sistematizam os resultados em relação ao contexto, planejamento, insumos, processos e resultados que as UCs vêm atingindo nos últimos anos.

Como resultado, obtém-se um diagnóstico completo das unidades de conservação com informações e recomendações sobre priorização de ações, aplicação de recursos e definição de programas para auxiliar os órgãos responsáveis na gestão do sistema de unidades de conservação do país.

Aperfeiçoamento

O estudo Efetividade de Gestão das Unidades de Conservação no Estado do Amazonas contemplou 54 unidades de conservação do estado e representa um passo importante na busca do aperfeiçoamento gerencial e do desenvolvimento das potencialidades das unidades de conservação, enquanto áreas destinadas à conservação da biodiversidade e à promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

O Rappam do Amazonas coloca o Brasil mais próximo de cumprir as diretrizes estabelecidas no Programa de Trabalho para as Áreas Protegidas, da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que determina aos países signatários que implantem a avaliação da efetividade de gestão de seus sistemas de áreas protegidas até 2020.

Além do estado do Amazonas, a parceria entre o WWF-Brasil e o ICMBio também avaliou a efetividade da gestão das unidades de conservação dos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá e Acre, além de duas etapas de avaliação das unidades de conservação federais: a primeira realizada entre 2005 e 2007, quando 246 unidades de conservação federais foram analisadas, e em 2010, com a avaliação de 292 UCs federais, cujo resultado será divulgado em 2012.

FONTE: Publicado por A Crítica, enviado por ASCOM GTA.

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