23 de abr. de 2016

Cientistas descobrem recifes ocultos na foz do Rio Amazonas

Cientistas brasileiros descobriram um gigantesco e colorido sistema de recifes coralíneos “escondido” debaixo da pluma de água doce e barrenta do Rio Amazonas que se derrama sobre o oceano na costa norte do Brasil — um lugar onde, teoricamente, esse tipo de ambiente não deveria existir.


Alojado em águas profundas, de até 120 metros de profundidade, e povoado por esponjas gigantes, que podem passar dos 2 metros de comprimento, o sistema todo é maior do que a Região Metropolitana de São Paulo. Tem cerca de 9,5 mil quilômetros quadrados, estendendo-se do norte do Maranhão até a fronteira com a Guiana Francesa.

A descoberta, relatada na edição de hoje da revista Science Advances, foi confirmada num cruzeiro de pesquisa realizado em setembro de 2014, com o navio Cruzeiro do Sul. Os cientistas já suspeitavam há algum tempo que poderia haver recifes ocultos na foz do Amazonas, por conta de algumas coletas pontuais, feitas anteriormente por pesquisadores americanos, e da alta produtividade da pesca regional de lagosta, pargo e outras espécies marinhas naturalmente associadas a ecossistemas recifais.

Ainda assim, quando puxaram as primeiras redes de coleta para cima do convés, não acreditaram no que viram: uma enorme abundância de esponjas coloridas, corais e rodolitos — nódulos calcários construídos por algas coralináceas, também presentes em outros grandes ecossistemas recifais, como os da região de Abrolhos, no sul da Bahia. Um único arrasto chegou a coletar 900 quilos de esponjas, de 30 espécies diferentes.


FONTE: O Estadão.

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