1 de out. de 2010

Fordlândia: a evidência do passado e as perspectivas do futuro

A Vila de Fordlândia foi concebida em função da expansão do comércio da borracha em 1840, quando se iniciou uma nova fase de ocupação da Amazônia. O milionário Henry Ford queria transformar mais um dos seus sonhos em realidade. O objetivo do dono da Companhia Ford, líder na indústria automobilística nos Estados Unidos, era implantar um cultivo racional de seringueiras na Amazônia, transformando-a na maior produtora de borracha natural do mundo.
Trapiche Municipal
Panorâmica vila
Igreja sagrado Coração de Jesus
Panorâmica vila
Fachada casa no estilo americano
O projeto teve início, e uma estrutura nunca antes montada em toda a região foi dando vida à futura cidade modelo. Hospitais, escolas, casas no estilo americano, mercearias, portos próximos à praia foram construídos para abrigar as famílias de todos os empregados que estavam trabalhando no projeto. Grande parte dos trabalhadores braçais vinha do sertão nordestino, fugindo da seca, e encontravam no projeto de Henry Ford a maneira mais fácil de sobrevivência.
Seringal
Henry Ford investiu US$ 20 milhões na criação da vila e na plantação de milhares de seringueiras, fornecedoras da borracha – matéria-prima para complementar a fabricação de automóveis, mas o sonho. A equipe que veio ao Brasil para estudos preliminares esqueceu-se de apurar que a monocultura de seringueiras não vinga em terra nenhuma. Pelo contrário, dá origem a uma praga que devasta toda a plantação. Com o fracasso do projeto, os americanos foram embora deixando objetos e toda uma população para trás. Relatos na comunidade revelam que foram plantadas hum milhão e novecentas mil seringueiras, e desse total, existe apenas 10%.
Fordlândia hoje
Fachada galpão
Sensação de abandono
Observa-se que o tempo fez Fordlândia cair no esquecimento. Hoje, muitos de seus moradores recebem aposentadoria do Ministério da Agricultura. O famoso hospital foi um dos últimos símbolos a cair por terra. Suas portas fecharam em 1997, quando o único médico que ainda atendia desistiu de continuar por lá. Hoje, a vila é a representaçã o viva da história do Brasil na época da borracha. As ruas e ferrovias estão abandonadas, engolidas pelo mato.

Interior hospital

Fachada Hospital
Vila Americana - casas tomadas pelo mato
A vegetação também toma conta das casas que um dia abrigaram famílias de operários. Nas janelas dos galpões e serrarias, os vidros quebrados denunciam que há muito ninguém trabalha por lá. Na torre de 50 metros de altura que sustenta a caixa-d’água com capacidade para seiscentos mil litros, o tempo já apagou a pintura branca em letra cursiva que identificava a companhia que criou aquela vila. As ruas são largas e arborizadas, as calçadas ainda conservam os hidrantes e os galpões de ferro, já sem vidraças, permanecem como testemunhas de uma fase áurea. Porém, existe a sensação de abandono, prédios e casas esquecidas.
Patrimônio histórico e as parcerias com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
Casa deteriorada
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em parceria com a Prefeitura de Aveiro e Conselho Comunitário (formado por entidades governamentais e não-governamentais) vai realizar o projeto de revitalização do patrimônio histórico da vila formado pelas Casas Grandes, Vila Americana, Galpões e outros.
Lateral galpão
Em três Audiências Públicas realizadas nos anos de 2009 e 2010 foi firmada a parceria de 23 milhões de reais do governo federal e os custos da planta na contrapartida da Prefeitura de Aveiro para a primeira etapa dos trabalhos com previsão de início em Fevereiro do ano de 2011.
Vila Americana - e o abandono
Caixa d'água - capacidade 600 mil litros
Na primeira etapa serão revitalizados o Zebu Hotel, a caixa d’água e cinco casas da Vila Americana.

FONTE: http://tapajonica.blogspot.com/

2 comentários:

Anônimo disse...

Porque estão demorando tanto para colocar em prática este projeto, já tem o recurso financeiro, o patrimonio a ser reestruturado, o que mais falta?

Janjadanin disse...

APÓS A REVITALIZAÇÃO DA viLA, AS CASAS PODERÃO SER HABITADAS NOVAMENTE PELA POPULAÇÃO? OU SERÁ FEITA UMA ESPÉCIE DE lICITAÇÃO PARA A MORADIA NESTE LOCAL? ASSIM FOI FEITO EM PARANAPIACABA EM SÃO PAULO
ROSANGELA FREITAS