9 de dez. de 2010

Projeto Casas Familiares Rurais contribui para a valorização de jovens e adultos de oito municípios do Pará.


Há 15 anos, uma ideia simples e pioneira começou a mudar a realidade de jovens e adultos que vivem na Amazônia. É o projeto Casa Familiar Rural (CFR), da Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) que, por meio da educação, dá novas oportunidades à população de oito municípios do Pará de permanecer no campo, melhorando a produtividade das terras e preservando o meio ambiente.

O projeto teve início em Medicilândia, um município pequeno, no interior do estado, atualmente com 30 mil habitantes, e cortado pela rodovia Transamazônica. De lá pra cá, os resultados positivos permitiram que a ideia fosse ampliada e, hoje, o Casa Familiar também está nos municípios paraenses Rurópolis, Placas, Uruará, Brasil Novo, Altamira, Anapu e Pacajá.

E os planos de expansão não param por aí. Com apoio do Ministério do Meio Ambiente, a Fundação Viver, Produzir e Preservar vai sistematizar as experiências nas oito Casas com o objetivo de replicar a experiência nos 43 municípios do Arco Verde - municípios que mais desmatam a Amazônia. O Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) do MMA vai investir R$ 430 mil nesta nova etapa do projeto.

O Casa Familiar possui hoje 542 alunos matriculados e já beneficiou mais de 400 ao longo desses anos. O projeto oferece formação nos ensinos fundamental e médio, além de um curso profissionalizante em agropecuária. O CFR usa um sistema de alternância entre teoria e prática, em que os alunos passam duas semanas na escola e 21 dias em casa, aplicando em suas propriedades as lições aprendidas em sala de aula.

Segundo Ana Paula Souza, coordenadora da FVPP em Altamira (PA), enquanto o aluno está na Casa são disseminados ensinamentos que estimulam uma nova visão de produção no campo despertando nos estudantes a visão da sustentabilidade ambiental.

Lá, os alunos aprendem a melhorar a produção de diversas culturas como a mandioca, o arroz, o cacau, a avicultura, a piscicultura, criação de bovinos, caprinos, entre outras. "Esta geração é mais sensível às questões ambientais, como os efeitos negativos do desmatamento e das mudanças climáticas. E isso desperta a sensibilidade das famílias também", ressaltou.

Ela explicou ainda que essa mudança de visão é feita de forma gradual, sem crucificar as famílias que ainda usam métodos inadequados ou ultrapassados, muitas vezes por desconhecerem uma melhor alternativa. "A gente quer uma transformação do pensamento com debates". Para ajudar essa nova concepção de produção no campo, os técnicos, que também são professores na Casa, fazem visitas às comunidades para verificar como está a implantação dos novos modelos de produção e debatem sobre os métodos e técnicas agropecuárias com as famílias.

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FONTE: Texto de Carlos Américo e foto de Jefferson Rudy, enviado por ASCOM/MMA.

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